sábado, 29 de novembro de 2008

Reagir ou não.

Bom dia!

Talvez a notícia nem tenha chegado ao senhor. Pois ela é uma notícia que não interessa à todos, infelizmente.

Dia 21 de novembro aconteceu um incêndio na favela Alba, perto do Aeroporto de Congonhas, aqui em São Paulo. 800 pessoas ficaram desabrigadas e havia comentários da morte de uma menina de 1 ano apenas.

Eu estive alí no sábado, dia seguinte. Participo de um projeto de alfabetização, esporte e lazer pra criançada de lá. O lugar onde utilizamos para realizar as atividades também estava servindo de base para os desabrigados. Havia alí pessoas do governo alocando o pessoal e organizando as doações que chegavam.

Estava dando minha aula pra rapazeada quando dois jovens, um homem e uma menina, me pediram informações sobre onde estavam sendo recebidas as doações. Fiz questão de acompanhá-los. No breve caminho fui puxando um papo com eles. Eles eram de Higienópolis e estavam ali para saber quantas fraldas, alimentos e outras coisas básicas o desabrigados estavam precisando. Eles iam doar o necessário. Aquilo me chamou a atenção. Queria perguntar o porquê daquilo! O que faz dois jovens num sábado, sair de Higienópolis e ir até uma favela para ver se precisavam de doação? Sem contar que logo depois caiu uma chuva nervosa. Infelizmente o caminho era breve demais e o papo não teve continuidade.

Depois de tudo terminado, no caminho de volta para minha casa, voltei a pensar nisso. E convido o senhor a pensar também.

As pessoas sentem a necessidade de fazer o bem. Pelo menos cheguei nessa conclusão. E não digo 'necessidade' pelo objetivo de manter uma imagem, status, não. Alguns colocam esse desejo em prática, outros não. Não sei como essa notícia chegou a esses jovens - e nem perguntei os nomes deles! -, porque na TV não apareceu, não! As vezes as coisas chegam até nós nos dando a oportunidade da fazer o bem. E somos livres. Podemos fingir que não vemos, ou reagir.

Esses dois reagiram. Sorte dos desabrigados. E minha! Que pude ver.

Acho interessante quando famosos fazem doações em alta escala quando acontece catástrofes mundias. Lembro que o Shumacher fez uma tremenda doação para a reconstrução dos locais atingidos pelo tsunami. Quinta-feira mesmo Guga e o Massa fizeram doações em prol dos recentes acontecimentos em Santa Catarina.

Mas não sei. Penso que é mais simples, natural e eficiênte ajudarmos quem está ao nosso redor. "Amar os pobres lá da África é fácil. O cheiro deles não chega até você.", diria um amigo meu. E faz sentido. Há tantas coisas que fazer no nosso bairro mesmo, não é?

Pra finalizar, uma historinha bem curta:

Um dia uma repórter americana quis passar um dia inteiro com Madre Teresa - não se faz necessário apresentação - para ver como era o dia-a-dia dessa mulher.
No final do dia, essa reporter surpreendiado com o cotidiano da madre, diz:
-Madre, não faria isso que a senhora faz nem por U$1 milhão!
-Filha (um sorriso terno no rosto), por U$1 milhão?? Nem eu filha, nem eu!

Um forte abraço! E um ótimo sábado! Tá um dia bonito!


@Thiago Vendramini

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Fenômeno Global

Tem sido difícil para mim escrever no blog. Além do tempo, também estou com um déficit criativo. E também o fator "temas". Os sites de notícias quase só falam da crise mundial, e que me sinto muito distante desse universo para poder prosear a respeito (sou de humanas). Estava então a ponto de falar da previsão do tempo, mas aí me toquei de que havia um tema ainda não abordado: Barack Obama.

Eleito novo presidente dos Estados Unidos, Obama foi não só o homem da popularidade lá, mas também pelo resto do globo. O número de imagens dele no oriente, na europa, em capas de revistas, camisetas de não americanos, bonés, etc. é algo interessante enquanto fenômeno social. Se tem proclamado em alguns lugares que essa crise seria o fim da hegemonia americana no mundo, mas ao que parece, essa "hegemonia" está muito além da economia. Mas será esse o único motivo desse "SuperObama"? Vejamos...

A era da informação está a todo vapor, com cada vez mais recursos para a posse de informações instantânea do globo inteiro. Há também o novo meio comunicacional da blogosfera (termo bastante controverso...), onde você não mais precisa ser especialista no assunto para discorrer sobre ele (e atualmente, os japoneses mostraram que nem gente precisa ser). Através desses novos paradigmas midiáticos, o alcance da imagem de Obama foi próximo à "onipresença"! Todos que tinham pelo menos acesso à televisão conheciam esse nome e essa figura. E como se formou essa opinião sobre sua personalidade? Como Obama foi chegar ao posto de salvador do mundo? Eu aponto um dos motivos de forma bastante segura e sem medo de ofender alguém no seguinte: Obama é afro-americano.

E tenho certeza que o leitor concorda. Ele representa a minoria, representa os excluídos, e representa a mudança (inclusive usada como slogan para sua campanha). E essa força chegou a tal ponto que quando ganhou, pessoas que votaram em McCain ficaram com vergonha de o dizer, pois este ficou com a cara da burocracia estagnada e elitista do governo anterior. 

Tudo isso chama a atenção também para a questão do racismo nos Estados Unidos e no mundo, que poderia ser entendido não só como racismo, mas toda forma de discriminação, tema também usado por Obama de forma "discreta" no seu discurso da vitória. Sobre isso, seguem alguns links sobre: Neonazistas que queriam a cabeça do presidente, A inexistência do Obama Britânico, Diversidade que elegeu obama, e tendência à "tolerância racial" (essa expressão usada pelo jornal é horrível... Tolerar está no limite do expressar desgosto, o que de fato possui conotações também racistas). E mais um link bastante interessante sobre um dos piores problemas que Obama terá que enfrentar como presidente... 

Peço desculpa pela superficialidade do post. Há diversos outros fatores que influenciaram na formação da imagem do presidente, como as diferenças entre democratas e republicanos, sua origem, suas propostas, as mídias, o seu concorrente, etc., mas que, além de eu sei incapaz de tratar delas de forma satisfatória, comeriam demasiado tempo do nosso ocupado leitor.

@Eduardo Kasparevicis

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A liberdade de ver os outros

Estimados,

hoje convido-os a leitura de um texto espetacular. Pelo menos ao meu ver. O texto é de David Foster Wallace. Foi o discurso da formatura de sua turma na faculdade. Como é grande (duas páginas e meia no Word), passo o link onde a revista Piauí postou. O título do texto é "A liberdade ver os outros".

O interessante - e fundamental! - é que, aos 46 anos, ele se matou enforcando-se. E justo neste discursso ele fala sobre a morte e sobre o desespero que as pessoas passam pela vida. Mas em nenhum momento falou sobre o dele. Pelo contrário.

Enviei esse texto por e-mail a uma pessoa que amo muito (essas últimas duas palavras poderiam ser dadas com inútil ao post, mas não para mim) e ela me respondeu assim:

"Legal, Tico[um carinhoso apelido que levo há algum tempo].
Tem o grande mérito de ser um alerta para todos. Mas parece que foi mesmo um grito de desespero, de quem passou do ponto e já não podia mais voltar. O suicídio foi anunciado. A Verdade (com V maíusculo) sem a perspectiva da eternidade leva a um beco sem saída, não tem sentido que satisfassa.
Beijos"

'iQue fuerte!', diria algum espanhol.

De fato. Fortíssimo!

Desde que li esse texto, uso-o como apoio, entre outros, para um post (talvez não um post já que, pelo jeito, vai ficar um pouco extenso. Também por isso a minha demora em postar aqui no blog) sobre 'A consciência'. Lendo assim o título "A consciência" pode parecer um pouco sombrio e até assustador (haha), mas não direi nada do que o senhor não saiba.

Mas voltando ao texto de Wallace, transcrevo uma situação colocada por ele. Analisemos. É um pouco extenso, mas, por favor, leiam! Não irão se arrepender.

Você acordou de manhã, foi para seu prestigiado emprego, suou a camisa por nove ou dez horas e, ao final do dia, está cansado, estressado, e tudo que deseja é chegar em casa, comer um bom prato de comida, talvez relaxar por umas horas, e depois ir para cama, porque terá de acordar cedo e fazer tudo de novo. Mas aí lembra que não tem comida na geladeira. Você não teve tempo de fazer compras naquela semana, e agora precisa entrar no carro e ir ao supermercado. Nesse final de dia, o trânsito está uma lástima. Quando você finalmente chega lá, o supermercado está lotado, horrivelmente iluminado com lâmpadas fluorescentes e impregnado de uma música ambiente de matar. É o último lugar do mundo onde você gostaria de estar, mas não dá para entrar e sair rapidinho: é preciso percorrer todos aqueles corredores superiluminados para encontrar o que procura, e manobrar seu carrinho de compras de rodinhas emperradas entre todas aquelas outras pessoas cansadas e apressadas com seus próprios carrinhos de compras. E, claro, há também aqueles idosos que não saem da frente, e as pessoas desnorteadas, e os adolescentes hiperativos que bloqueiam o corredor, e você tem que ranger os dentes, tentar ser educado, e pedir licença para que o deixem passar. Por fim, com todos os suprimentos no carrinho, percebe que, como não há caixas suficientes funcionando, a fila é imensa, o que é absurdo e irritante, mas você não pode descarregar toda a fúria na pobre da caixa que está à beira de um ataque de nervos. De qualquer modo, você acaba chegando à caixa, paga por sua comida e espera até que o cheque ou o cartão seja autenticado pela máquina, e depois ouve um “boa noite, volte sempre” numa voz que tem o som absoluto da morte. Na volta para casa, o trânsito está lento, pesado etc. e tal. É num momento corriqueiro e desprezível como esse que emerge a questão fundamental da escolha. O engarrafamento, os corredores lotados e as longas filas no supermercado me dão tempo de pensar. Se eu não tomar uma decisão consciente sobre como pensar a situação, ficarei irritado cada vez que for comprar comida, porque minha configuração padrão me leva a pensar que situações assim dizem respeito a mim, a minha fome, minha fadiga, meu desejo de chegar logo em casa. Parecerá sempre que as outras pessoas não passam de estorvos. E quem são elas, aliás? Quão repulsiva é a maioria, quão bovinas, e inexpressivas e desumanas parecem ser as da fila da caixa, quão enervantes e rudes as que falam alto nos celulares. Também posso passar o tempo no congestionamento zangado e indignado com todas essas vans, e utilitários e caminhões enormes e estúpidos, bloqueando as pistas, queimando seus imensos tanques de gasolina, egoístas e perdulários. Posso me aborrecer com os adesivos patrióticos ou religiosos, que sempre parecem estar nos automóveis mais potentes, dirigidos pelos motoristas mais feios, desatenciosos e agressivos, que costumam falar no celular enquanto fecham os outros, só para avançar uns 20 metros idiotas no engarrafamento. Ou posso me deter sobre como os filhos dos nossos filhos nos desprezarão por desperdiçarmos todo o combustível do futuro, e provavelmente estragarmos o clima, e quão mal-acostumados e estúpidos e repugnantes todos nós somos, e como tudo isso é simplesmente pavoroso etc. e tal. Se opto conscientemente por seguir essa linha de pensamento, ótimo, muitos de nós somos assim – só que pensar dessa maneira tende a ser tão automático que sequer precisa ser uma opção. Ela deriva da minha configuração padrão. Mas existem outras formas de pensar. Posso, por exemplo, me forçar a aceitar a possibilidade de que os outros na fila do supermercado estão tão entediados e frustrados quanto eu, e, no cômputo geral, algumas dessas pessoas provavelmente têm vidas bem mais difíceis, tediosas ou dolorosas do que eu. Fazer isso é difícil, requer força de vontade e empenho mental. Se vocês forem como eu, alguns dias não conseguirão fazê-lo, ou simplesmente não estarão a fim. Mas, na maioria dos dias, se estiverem atentos o bastante para escolher, poderão preferir olhar melhor para essa mulher gorducha, inexpressiva e estressada que acabou de berrar com a filhinha na fila da caixa. Talvez ela não seja habitualmente assim. Talvez ela tenha passado as três últimas noites em claro, segurando a mão do marido que está morrendo. Ou talvez essa mulher seja a funcionária mal remunerada do Departamento de Trânsito que, ontem mesmo, por meio de um pequeno gesto de bondade burocrática, ajudou algum conhecido seu a resolver um problema insolúvel de documentação.
Claro que nada disso é provável, mas tampouco é impossível. Tudo depende do que vocês queiram levar em conta. Se estiverem automaticamente convictos de conhecerem toda a realidade, vocês, assim como eu, não levarão em conta possibilidades que não sejam inúteis e irritantes. Mas, se vocês aprenderam como pensar, saberão que têm outras opções. Está ao alcance de vocês vivenciarem uma situação “inferno do consumidor” não apenas como significativa, mas como iluminada pela mesma força que acendeu as estrelas.

O bom de pegar textos assim é que eles dispensam comentários. São riquíssimos!

Para quem vive em São Paulo, como eu, não é difícil de imaginar a situação. Eu tenho a mamãe que não deixa a comida faltar, mas o termo "não tem comida na geladeira" pode ser muito bem substituido por "pegar a filha na escola", "passar na casa de um amigo para ajudá-lo a estudar", "comprar pão", "devolver o filme na locadora" e assim vai.

A todo momento somos exigidos de algum modo. Às vezes por coisas simples, outras por grandes dificuldades. O importante é jamais acharmos que somos as vítimas da história e que os outros estão conspirando contra nós.

Sempre achamos que a vida dos outros é moleza e a nossa um osso duro de roer.

Um dia um amigo meu me falou em tom de brincadeira, mas guardei a expressão: "Você só vê as pingas que eu tomo, mas meus capotes não!"

De fato. Pimenta no olho do outro é colírio!

Não tenho muito o que acrescentar ao texto do Wallace, vale a pena ler outra vez. E outra.

Um abraço!

@Thiago Vendramini

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A arte vazia

Senhores, hoje inauguramos um novo estilo de postagem aqui do blog. Agora iremos convidar, esporadicamente, alguns leitores para escrever e, de algum modo, passar uma idéia crítica para os senhores. Hoje abrimos caminho para Paulo Augusto.


Um abraço, Thiago Vendramini


Antes de mais nada, agradeço o novo espaço para discutir fatos e pensamentos aqui com vocês. Sou leitor assíduo do blog e, sendo o Thiagão leitor do meu, trocamos idéias e inspirações para tentar passar alguma coisa de relevante para nossos leitores. Então vamos lá, linguagem minimamente culta e nada de palavrões, foi o que me pediram. Pois bem, falemos de Arte então!

A 28ª Bienal de São Paulo nem bem começou (Domingo 26/10) e sua característica de “Bienal do Vazio” já foi alvo de ataque de pichadores. A notícia é do Estadão , mas resumidamente, 40 jovens entraram na exposição como visitantes comuns e picharam boa parte do 2° andar da obra de Oscar Niemeyer, que este ano se encontra vazia propositadamente. Não é a primeira vez que uma exposição artística sofre ataques dessa natureza. Liderados por Rafael Guedes Augustaitiz, ex-aluno da escola de Belas Artes de São Paulo (acaba de ser expulso), o grupo de estudantes já havia protestado em forma de piche na própria faculdade de Belas Artes e na Galeria Choque Cultural. À primeira vista, o ato de vandalismo pode chocar, porém a atitude foi aplaudida nas três vezes que o grupo agiu. Não acho que o vandalismo seja a melhor forma de protesto, mas, porque diabos tinham que deixar um andar inteiro do prédio que recebe a semana mais importante da Arte no Brasil inteiramente vazio?? Isso passa a nítida impressão que não se criam formas relevantes de expressões artísticas suficientes para esgotar a capacidade do local. Será verdade?? Será que atingimos um nível de ignorância tão assustador assim? O grupo de pichadores quer nos mostrar que não! Quer nos mostrar que a criação artística está aí inserida na sociedade e que a administração da Bienal não foi competente para descobri-la. A função da Bienal não é consolidar artistas já consagrados, é sim apresentar para os visitantes o que há de mais novo, as vertentes mais recentes das propostas de vanguarda.

Visitarei a Bienal sim, e com certeza o 2° andar será o que disponibilizarei mais interesse, não porque considere o piche uma forma bela de arte, mas porque ali está o estado bruto do protesto de todo uma comunidade artística que ainda busca seu espaço, que nada mais é (ou deveria ser) do que a idéia inicial e central da Bienal de São Paulo. Mesmo que não concorde comigo, não deixe de visitar a Bienal, é um dos poucos eventos culturais gratuitos que é divulgado aqui em São Paulo. O evento começou dia 26 de Outubro e vai até dia 6 de Dezembro, de terça a domingo das 10h até ás 22h, no Pavilhão da Bienal no Ibirapuera. È um daqueles acontecimentos que desperta o interesse das pessoas a buscarem maior aproximação com a Cultura e as diversas formas de Arte (não só a cada dois anos).

Se pesquisar um pouco vai ver que São Paulo é um turbilhão de Artistas e Criadores, totalmente acessíveis o ano inteiro, apresentando trabalhos de extrema qualidade. Uma ajuda para você iniciar sua pesquisa: http://www.catracalivre.com.br/. Quase tudo de graça, espalhados por toda a cidade. E a Bienal com um andar inteiro vazio......

@Paulo Augusto

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Moradores de rua também são gente



Talvez hoje eu esteja fugindo do tema do blog. Talvez não, pois trata-se de um fato pensado, com quisá um cafezinho para acompanhar...
Nosso co-redator, Thiago Vendramini, e colegas seus criaram um projeto bastante interessante e inusitado para lidar com o problema da exclusão social. Trata-se de sempre que deparar com um mendigo na rua, reservar alguns minutos para conversar com ele. Sim, simples assim, conversar! Instigante não? Mas onde está a grandiosidade nesse ato? Ou qualquer pequeno mérito que seja? Hum, não é difícil achar...
O indigente é visto pela sociedade como um problema. Ele é o problema. Onde podemos verificar isso é na ação de determinado prefeito de São Paulo para impedir que moradores de rua dormissem debaixo do viaduto que dá acesso à Av. Paulista vindo da Dr. Arnaldo: chapiscou o piso para tornar incômoda sua soneca. O que se tira disso daí? Que além de ser o problema, este problema é jogado de lado via medidas inconsistentes, que não apenas nada resolvem, como demonstram a desumanização a que estes homens estão sujeitos (sim! são homens!). Não são cidadãos, não têm o direito nem de permanecer onde lhes apetece (ou onde lhes sobra lugar). E o fato de não serem cidadãos e não votarem, não há planejamento algum para eles, pois não rendem votos.
Essa desumanização chega a tal ponto que não são mais atores no teatro da vida, mas mera parte do cenário, usados de forma caricaturesca ou descartados como sujeira do "stage" (afinal, mendigos não combinam com a paisagem da Av. Paulista, coração econômico do Brasil!).
Essa atitude desse grupo de jovens não é nada senão re-humanizar esses homens, dar-lhes de novo, ao menos por alguns momentos, o direito a ter uma história, uma vida, opinião, voz, sentimentos... A ser gente de novo. E, devo dizer, talvez seja isso que eles mais necessitem, pois enquanto rejeito humano, o que os impeliria de alguma forma a tentar reverter sua situação, se a sociedade a qual estão inseridos não os quer e nem ao menos notam sua presença?
Poderia contar alguns fatos que já me aconteceram u enumerar atos de vandalismo da sociedade para com estes, mas é dispensável, afinal todos já tivemos experiêcias sobre o assunto. Termino linkando algumas reportagens sobre o tema (BBC, Google Books esse eu ainda não li, mas me chamou a atenção... Talvez valha a pena, MNCMR, G1) e espero que o leitor leve-as em consideração no seu próximo café. Que este seja na presença de um amigo seu da rua, numa breve e amigável conversa.


ps.: talvez possa parecer estranho, mas encontramos diversos "tipos" (essa palavra é estranha nesse contexto... mas desculpem se meu vocabulário me limitou a essa nesse momento...) de moradores de rua, e o que o projeto engloba me parece ser o universo dos mendigos, pois há moradores de rua que são trabalhadores, ou sem-teto, e que mantêm uma vida social até certa medida.
@Eduardo Kasparevicis
Nota do Thiago: Agradeço ao Eduardo pela referêcia ao projeto, mas gostaria de deixar aqui que a idéia do projeto veio após uma conversa com meus amigos Marianna Evangelista e Peter John. Idéia que foi rapidamente comprada pela nossa colega Maria Isabel Aguiar (Bebel).
Gostaria de recomendar um vídeo de uma música do Gabriel, o Pensador que tem muito a ver com o tema. Um forte abraço, e parabéns pelo post, Dú!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O Caso Eloá

Primeiro uma constatação:
Não queria escrever sobre esse assunto. Aliás, não quero!

Mas depois que entrei no blog de um grande amigo, na verdade primo, vi que como o intuito deste blog é falarmos sobre coisas importante que acontessem na semana, vi que era obrigação, minha e do Edu, de falarmos sobre este assunto.

Mas falar o quê? "Nossa que triste!"?. Acho que é pouco e um tanto quanto simples.

Então, o quê? "É, onde estamos chegando?!?!"?. Também não.

Enfim, o quê???

Interessante o enfoque do Paulo no seu blog. Analisou o papel da mídia nesse assunto. Mas não sei. Algo me diz que eu (permitam-me) deveria ter outro enfoque. Mas qual?

Tentar entender o sequestrador? Difícil.

Tentar explicar o que passa na cabeça de uma menina para começar a namorar aos 12, 13 anos? Não é a minha área.

Então o quê?? (desculpem a insistência, mas não preparei o post, escrevo diretamente o que vêem a minha cabeça)

Criticar a ação do GATE? Creio que isso não é analisar a raiz do problema principal, o sequestro.

Simplesmente descrever o decorrer dos acontecimentos? E me esquivar de uma análise? A final, o nome do blog começa com fatos. É, meu amigo, mas logo depois vêm pensamento. E é isso me que faz parar e escrever algumas reflexões aqui. Então vamos lá.

Mas lá onde? O que eu vou falar? O que o senhor(a) falaria?

Afinal, sempre falamos palavras bonitas, reflexões profundas. Mas será que falamos com sinceridade?

Hoje foi a Eloá, ontem a Isabela, anteontem o João Hélio. E as coisas vão. Não param. Todos esses acontecimentos com certeza têm a mesma raiz, não é verdade? Nós tiramos a vida dos outros (quando digo nós me refirmo a sociedade, porque, querendo ou não, participamos desses fatos) e sempre temos justificativas: amor, stress, ódio, incompreensão, ingratidão. Como se esses substantivos nos dessem poder para tirar a vida de alguém, ou privar alguém da liberdade.

Amor.... Amor! O que leva um sujeito a matar alguém por amor?

Talvez o meu papel aqui hoje não seja transmitir uma idéia, e sim fazer o senhor formular uma idéia. Longe de mim dizer que o senhor não tenha opinião própria. Longe. Mas vamos tentar ter uma idéia diferente hoje? Vamos tentar não julgar o Lindemberg, nem o GATE, nem a Eloá, nem a PM, nem a justiça brasileira, nem o Serra, nem o Lula! Vamos achar a raíz desse problema - que está em nós! Ou pelo menos tentar!

Topa?

Abraços

@Thiago Vendramini

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Pelo bem do jantar

Senhores,

eu sei que o momento é mais propício para falarmos da crise mundial, dos pacotes assinados esses dias pelos bancos europeus, pela alta do ibovespa, do segundo turno das eleições municipais, do prêmio Cervantes ganhado pelo Lula, mas, convido-os para uma notícia que, à primeira vista, nos parece irrelevante frente às outras citadas, mas que no fundo nos trará uma paz que nos é devida e que há muito tempo somos privados. Quero falar dos call-centers, o famoso telemarketing.

A nova lei, extremamente rígida mas corretamente justa, foi assinada pelo nosso presidente Luis Inácio no dia 31 de julho e passarão a valer a partir do dia 1° de dezembro para os setores de telefonia, aviação civil, energia, bancos, transportes terrestres e planos de saúde.

Um breve resuminho das mudanças (retirado da matéria do site do Estadão de hoje):
  1. Cancelamento: O consumidor deve ter a opção de cancelar imediatamente o serviço;
  2. Prazo: Qualquer demanda deve ter resposta no prazo de cinco dias úteis;
  3. Concentração: Deve haver um canal único de atendimento para todos os serviços ou pacote de serviços oferecidos;
  4. Período: O atendimento por telefone deve funcionar 24 horas, sete dias por semana;
  5. Opção: O menu eletrônico de atendimento deve dar, logo no início, a opção de falar com um atendente;
  6. Contato: Prazo máximo de 60 segundos para contato direto com um atendente.

Com certeza o senhor ou a senhora já presenciou essa cena: Todos sentamos para comer aquele jantar prerado com amor, a esposa querendo saber como foi o dia do marido, o filho contando como foi o trabalho, a caçula contando como foi o recreio na escola, aquele clima bem familiar. De repente o telefone toca. O maridão levanta e atende. O papo na mesa continua, mas logo é interrompido porque todos olham estranhados para o pai no telefone que responde nervoso ao telefone: "Não, eu não quero mais um cartão", "Eu sei, mas eu já não pagou anuidade. Sem contar que vocês falam que não pagam mas sempre vem uma taxazinha, sim!". Ou então: "Não me interessa, eu quase não faço DDD", ou "Eu já tenho mensagens grátis", "Eu não vou assinar um contrato de dois anos só para ganhar um celular novo", "Quantas vezes eu tenho que falar que não me interessa!?!?!?". E o pai desliga o telefone. Muitas vezes na cara do sujeito - que, pensaremos mais a frente, é o menos culpado da história - e volta para mesa com a cara fechada. Pronto. Na mesa não há mais diálogo. E se há, é pra xingar o operador ou a empresa. E todos querem terminar logo a comida para poderem trocar de ar, seja com a novelinha, seja com a internet.

Aquele cara não tinha direito de te ligar! De onde ele tinha seu telefone e nome? Ué, porque se foi do banco que você já tem conta, eles já deveriam saber que você já tem cartão, ou qualquer outro produto/serviço. Se foi de outro, como eles conseguiram informações?

Vamos pensar agora na pessoa do outro lado da linha. Um sujeito que está ou no Ensino Médio ou nos primeiros anos de faculdade (aqui, geralmente de ADM, Secretariado ou Economia) que, por algum motivo necessitam de um emprego rápido. Seja por necessidade de ajudar com a economia da casa, seja pelo simples fato de querer trabalhar. Ele deve trabalhar no máximo 6 horas por dia, mais do que isso ele não aguenta (considerando um operador ativo e passivo). Recebe um fixo baixo, e suas esperanças de um bom rendimento no final do mês estão na comissão das vendas. Eles trabalham com metas. Se não as alcança por dois meses seguidos, rua! Se consegue alcançá-las por um bom tempo, seu fixo aumenta 'x' e sua meta '2x'. Resumindo, quanto mais vende mais terá que vender. Algumas empresas chamam de "oportunidade para pessoas que dificilmente teriam em outros setores", outras empresas chamam - não publicamente, claro - de "mão-de-obra barata".

E por que eles sempre ligam nos horário mais incovenientes, como almoço e jantar? Porque é mais fácil de encontrar os donos da grana em casa.

E isso se tornou comum no nosso dia-a-dia. Já faz parte da nossa rotina. Até já inventamos respostas para terminar a ligação sem contranger o rapaz. "Nós acabamos de fechar com outra empresa, desculpa, viu!?!?" Até já pedimos desculpa!!!, ou "Thiago? Não existe nenhum Thiago aqui!", "Alo?, Alo?, Não estou ouvindo!", e desligamos. E é claro que se o telefone tocar de novo, não atenderemos.

Existe um video no youtube - sarcástico -,onde o comediante Fábio Porchat (além do link, segue no final do post) nos dá instruções do que fazer quando alguém te liga oferencedo um produto, ou quando você liga querendo cancelar um serviço e eles começam com aquele blá-blá-blá sem fim. Claro que não devemos nos comportar assim, afinal o cara do outro lado da linha poderia ser nós mesmos, mas vale a pena dar uma olhadinha, é muito bem elaborado.

Bom, esse foi um post mais de desabafo do que informartivo mesmo, me desculpem.

Uma ótima tarde, noite ou dia!

E permaneçam na linha que o o operador do "Abraço!" está ocupado, e não poderá estar atendendo agora......

(musiquinha).......................

Só mais alguns segundos, senhor.....

(mesma musiquinha)..........

Abraço!



@Thiago Vendramini

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Estagiário virou gente

Demorou, mas aconteceu: todos estagiários receberão uma promoção: viraram gente. Verdade! É difícil de acreditar, mas agora o estagiário terá direitos. A nova lei, segundo a Folha Online, vinha sendo prometida há um bom tempo. O Dia Online (confesso que o nome do site não é lá muito bom... ainda mais escrito sem espaços como acontece no endereço dele...), do portal terra, nos escreve os diversos benefícios a que terão direito os estudantes:
"QUEM PODE
Poderão estagiar alunos dos ensinos Superior, Médio, Médio Técnico, Educação Especial e dos anos finais do Fundamental (na modalidade profissional da educação de jovens e adultos) " >> isso já acontecia, sem grandes mudanças...

"JORNADA
Os estágios devem ter, no máximo, 6 horas diárias e 30 semanais, exceção para os alunos da Educação Especial e dos anos finais do Ensino Fundamental, que não poderão ultrapassar 4 horas diárias e 20 horas semanais" >> ah, sim! Belas mudanças! Cansei de ver estagiários ultrapassando e muito as 8h de trabalhos habituais, e sem ganhar a mais, resultando num curso universitário sendo levado com a barriga. Com essa redução de jornada, muita coisa melhorará, inclusive qualidade de profissionais no mercado, ânimo do estagiário para trabalhar, melhor aproveitamento do curso superior, maior número de projetos paralelos ao trabalho e à universidade para enriquecer o estudante, e muitas mais coisas...

"PROJETO PEDAGÓGICO
As instituições de ensino terão que enviar ao Ministério da Educação seus projetos pedagógicos. Se não constar a necessidade de estágio, os estudantes não poderão ser contratados. “Essa é uma preocupação para nós. Se o estágio não constar no projeto pedagógico, seus alunos perderão o direito a estagiar”, destaca Seme" >> Esse é um ponto interessante. Embora muita gente perderá o direito, acabará por forçar a instituição a incluir um plano de estágio.
Mas ao mesmo tempo, há o lado do programa de ensino que não prevê estágio para que o estudante consiga se dedicar exclusivamente ao curso, conseguindo o máximo de sua formação universitária, para depois, no mercado, já estar com uma qualificação teórica e prática bastante equilibrada, diferente de muitos profissionais de mercado que conhecem as "manhas", mas ignoram os conceitos, o que fecha um circulo vicioso de falta de inovação, repetição de mecanismos muitas vezes falhos, não questionamento da profissão e seus limites, etc... O que acontece é que mesmo em cursos assim, há estudantes que necessitam trabalhar para ajudar em casa ou sustentar os próprios estudos... E aí é que está o problema... Enfim, são dois pontos a serem pensados.

"BOLSA-AUXÍLIO
Nos estágios não-obrigatórios, o estudante vai receber uma bolsa-auxílio. Durante o período de férias, ela continuará a ser pagaFÉRIAS Após um ano de estágio, o estudante terá direito a tirar 30 dias de férias " >> A bolsa auxílio é algo comum, embora ainda existam empresas sanguessugas que não a empregassem. No entanto, nesse caso aqui, o que mais chama a atenção são os 30 dias de férias. Isso sim é um luxo! E o site ainda acrescenta: "Ao completar um ano estagiando, o aluno terá direito a 30 dias de férias. E a preferência é que sejam tiradas no período do recesso escolar. " (itálico por minha conta).

"PROFISSIONAL LIBERAL
Com a nova lei, profissionais liberais de Nível Superior (com registro nos conselhos regionais), como advogados, engenheiros e outros, também vão poder contar com estudantes na empresa " >> mais um buraco de mercado preenchido. As coisas estão de fato melhorando...

Aqui, link do site Administradores.com.br e da Band para mais dois textos sobre a nova lei.

Mas uma coisa... Será que a tradição de o estagiário fazer e servir cafezinho será quebrada?...
Bom, uma tirinha bacana para alegrar e ensinar alguns macetes aos estagiários que frequentam esse blog enquanto o chefe não olha...


@Eduardo Kasparevicis

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O Brasil hoje: educação

Ainda com base nos estudo da Pnad, do IBGE, vemos algumas pequenas transformações na educação brasileira.

Numericamente, tivemos uma diminuição de 0,5% na taxa de estudantes com mais de quatro anos de idade. Além disso, nos diz que 10% da nossa população (considerando os maiores de 15 anos) é analfabeta. Esse índice nos deixa atrás de Perú, Paraguai, Bolívia e, o super desenvolvido, Suriname.

A análise de um país geralmente é feita por bases simplesmente econômicas. O Brasil tem o famoso Investment Grade, nossa economia cresce, “não seremos afetados pela crise imobiliária americana”, somos colocados no mesmo patamar de China e Índia, temos petróleo para dar e vender (mais vender do que dar, claro), e muito mais coisas, mas o brasileiro não sabe ler.

Devemos rever esse conceito de “ensino continuado”, onde nas escolas públicas não se pode reprovar um aluno (exceto por falta), mesmo não sendo aprovado nas matérias. Um amigo meu – que por acaso estuda em uma escola pública – chama de “ensino avacalhado”. Não acredito que ele tenha exagerado, não.

Bom, considerando que o nosso presidente não tem diploma, difícil exigir alguma coisa mais rigorosa na educação brasileira. Embora quem tenha a fama de enfraquecer a educação seja o PSDB, e não o PT.

Tenho o privilégio de participar de um projeto social, todos os sábados, e uma das atividades é reforço escolar. Anteontem fui dar uma ajudinha de português pra “rapaziada”. Fiz um ditado. A frase era: ‘Ontem fez sol, hoje está chovendo e amanhã vai estar nublado’. 20 minutos de aula e ninguém acertou. Há garotos ali com mais de 13 anos. É uma realidade que sabemos que existe, mas dificilmente paramos para pensar.

Bom, pelo menos paramos um pouquinho agora.

@Thiago Vendramini

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Um balanço sobre o Brasil de hoje


Senhores, as eleições municipais estão chegando. Nada melhor do que fazer um balanço sobre a nossa atual situação.


Hoje sairam algumas resportagens sobre o nosso Brasilsão. Vamos analisá-las?


O PNAD (Pesquisa Nacional de Amostras Domiciliares), órgão do IBGE, divulgou hoje que o rendimento do trabalhador brasileiro cresceu pela terceira vez consecutiva, mas diz, ainda, que ainda não superamos as perdas dos últimos dez anos. Estamos ainda 5% abaixo do número conquistado em 1997.


"A Pnad apurou também o rendimento médio real de todas as fontes (das pessoas de 10 anos ou mais de idade com rendimentos, incluindo, além da renda do trabalho, aplicações financeiras, aposentadoria, renda de aluguel e outros), que chegou a R$ 941 em 2007, com aumento de 2,7% em relação ao ano anterior. No que diz respeito ao rendimento médio real domiciliar, a Pnad apurou o terceiro aumento anual consecutivo em 2007, quando chegou a R$ 1.796,00, com ganho de 1,5% ante o ano anterior.

A alta do rendimento contribuiu para que o país registrasse em 2007 mais um pequeno avanço no índice de Gini, parâmetro internacional para avaliar as condições de vida da população. O indicador passou de 0,540 em 2006 para 0,528 em 2007. Quanto mais próximo de zero, melhor é a condição de vida de um cidadão. Em 2004, o Gini era de 0,547 e em 2005, de 0,543. " (O Estado de São Paulo)


A conclusão dos jornalistas da matéria, Jacqueline Farid, da Agência Estado, e Rodrigo Viga Gaier, da Reuters, foi simples e objetiva. Permitam-me transcrever também:

"Apesar da melhora, a concentração de renda no país permaneceu bastante aguda no ano passado, segundo a pesquisa. Os avanços mencionados, apesar de persistentes, são de baixo impacto no que se refere aos rendimentos mais baixos e mais elevados."


Ok, estamos em ritmo lento, mas não há o último passo antes do penúltimo. Nem o penúltimo antes do antepenúltimo e, também, não há .........
A concentração de renda no Brasil é um tema para se planejar a longuíssimo prazo. Claro que devemos começar uma moderniação de outras regiões, mas o resultados consideráveis não virão em 2008 nem em 2018.
Tive o prazer de visitar Roraima (por acaso o Eduardo Kasparevicis estava comigo) há, não mais, de 2 anos, e digo à todos que esperam que em 10 anos as pessoas daquela cidade tenham a mesma renda das pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro, BH ou Porto Alegre, que esperem sentadas. Infelizmente. O atraso é absurdo. E estou falando de uma capital, hein, e não de um vilarejo.
Há, ainda, aqueles que defendem a separação Sul-Norte. Alguns desses são os mesmo que colam em seus carros a famosa frase de GV: "Brasil, amo-o ou deixe-o". Bom, cada um com a sua coerência filosófica.
Deveríamos defender a integração, a igualdade e a divisão igualitária de recursos. Mas como já disse, é um planejamento a longuíssimo prazo. Porém urgente!


OBS: Não coloquei os números direto da fonte porque não está disponível no site do IBGE, somente na loja virtual (R$60,00). Para quem se interessar, eis aí o link da loja virtual: http://www.ibge.gov.br/lojavirtual/fichatecnica.php?codigoproduto=9052


No próximo post, tentaremos falar sobre o tema do analfabetismo no Brasil de hoje


Obrigado pela paciência!


@Thiago Vendramini


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Uma crônica das Para-Olimpíadas: Fim



Para encerrar esse ciclo olímpico com orgulho e lágrima nos olhos, apenas as páginas do UOL e do Terra comentando nossas vitórias nas paraolimpíadas.
Isso sim é gratificante.
@Eduardo Kasparevicis

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Uma crônica das Para-Olimpíadas

É uma pena que essa parte das olimpíadas não seja tão festejada quanto a primeira. O esforço aqui é muito maior, e impressionante os limítes do homem. São muitos os fenômenos que batem records, tanto nos tempos quanto na garra, na honra e na vontade!
O portal Terra continua sua cobertura dos jogos, embora de forma mais tímida agora. Mas mesmo assim, já é um estímulo aos atletas! Sorte para o Brasil, e minhas maiores felicitações e admirações a todos os outros competidores!


Esse sim é o verdadeiro show da vida!
Vale lembrar que até agora o Brasil já conseguiu 2 medalhas de ouro na natação, e estamos no começo das coisas ainda... Já posso prever muito mais pela frente!
@Eduardo Kasparevicis

quinta-feira, 21 de agosto de 2008




Não poderíamos deixar passar em branco esse fato ocorrido nesta quinta-feira.
Mas não podemos também começar a especular de quem foi o erro. Do piloto, da manutenção,da fabricante e, se estivéssemos no Brasil, a pista.
É um momento de dor. De perdas.

Acidente com aviões é fatal. Os passageiros são impotentes. De certo modo até o piloto o é.

E como se reage a um tipo de acidente como esse? Ser um funcionário da empresa, no caso Spainair, nessa hora não é fácil. Nem comento dos familiares dos mortos. Um horror.

Nada do que a empresa diga ou faça será suficiente. Ficou marcado na minha memória, e ficará por muito tempo, a imagem de um familiar de uma vítima do vôo da Gol que se chocou com o Legacy. Era um jovem de ascendência oriental que estava aguardando a lista dos mortos, e quando viu que realmente o seu querido estava morto se desfez. A reação dele é impressionante. É um choro de desespero. De impotência, de solidão. Naquele momento não havia raiva nem ódio. Havia amor. Amor à aquele que se foi. Talvez o leitor saiba de quem estou dizendo.

A Spainair fez uma referência no seu site. É pouco, mas a curtíssimo prazo é o que se tem a fazer.

É importante dizer que um brasileiro morreu nesse acidente, mas não nos esqueçamos que mais 153 vidas foram extintas.

Outro dia falamos mais das Olimpíadas, da seleção masculina e feminina. Hoje não.

@Thiago Vendramini




quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Uma crônica das Olimpíadas IV - Alegria Olímpica

Mais um post rápido.

Parabéns ao atleta afegão Rohullah Nikpai, que conquista a primeira medalha olímpica para seu país: um belíssimo bronze no taekwondo.

Dá pra ver a alegria na cara dele, e torcemos para que sua felicidade em breve seja unanimidade no seu país.

@Eduardo Kasparevicis

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Uma crônica das Olimpíadas III - Medalhista X Vencedor


É uma pena que nem todos aprendem o espírito olímpico, não é verdade?!

O lutador suéco Ara Abrahamian é um exemplo. Após ganhar a medalha de bronze, indignado com a decisão dos juízes, joga a medalha no chão, em sinal de revolta.

Enquanto isso, outros esportistas que fazem das Olimpíadas um cenário de espetáculos, vibram com oitavo, nono, vigésimo lugar. É a diferença entre um medalhista e um vencedor, plagiando um apresentador do SportTV.

E a nossa ginástica Olímpica? Um oitavo lugar inédito! Revolta? Injustiça? Não, uma promessa de uma próxima Olimpíada melhor. Essas não são medalhistas, mas são vencedoras.

Um breve post, mas com boas reflexiões, não?

Até a próxima!


@Thiago Vendramini

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Uma crônica das Olimpíadas II - O lado negro da força


Esses jogos olímpicos estão o máximo. (Fora o desempenho da nossa pátria amada que ainda não é aquela maravilha). Diversas imagens realmente marcantes, conquistas espetaculares, que se coloca em xeque o limite do homem, e exemplos vindos de todos os cantos do mundo. Menos da própria china... Como vimos, os próprios organizadores têm dado seu show à parte.

Além do "delay" que as imagens têm que ter para se poder editar, os organizadores estão fazendo questão de simplesmente apagar qualquer possibilidade de afetação da imagem do país. Começaram colocando a voz de uma garota na outra (bol, terra). Em seguida, em acidente ocorrido no jogo de basquete da Austrália e Croácia, onde um acrobata despencou da cesta e se feriu, e que os jogos demoraram mais de 48 horas apenas para falar que ele havia se machucado (globo, zero hora). Há também o caso dos fogos falsos na abertura, mas esse é tolerável... É um truque velho que a Disney usa bastante...

O fato é que a manipulação de imagem está sendo um dos destaques dessa olimpíada, que dizem se parecer muito com outra passada... Realmente, totalitarismo e espirito esportivo não combinam lá muito não...


@Eduardo Kasparevicis

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Uma crônica das Olimpíadas


Bom, o tema do post não poderia ser outro.

O leitor teve o prazer de ver o desfile de abertura? Eu assisti uma parte só. Estava em aula. No intervalo tive alguns minutos e fui conferir. Tive a sorte de pegar o final do "show" e o começo da entrada das delegações.

Com certeza o leitor já ouviu aquele chavão: "o esporte une as nações". Bom, é meio domodê, mas é a mais pura verdade.

Os chineses aplaudindo os coreanos é demais. Incrível! Aplaudindo Hong Kong. Sensacional. Aplaudindo os Estados Unidos. Inesperado. O esporte é excencial para a paz mundial.

Pena que o horários das competições para nós é um pouco (muito) ruim. Lembro que a época do Pan era excelente. Ligávamos a TV à tarde e estava passando alguma competição. Agora é só na madruga.

O esporte proporciona imagens lindas. Eu fico pasmado com a ginástica olímpica. É fisicamente impossível o que eles fazem! hahaha

E o Phelps? Uma máquina.

É muito cedo pra fazer uma análise das Olimpíadas, mas as espectativas são grandes. Cada 4 anos as competições ficam mais duras. Quem ganha com isso somos nós, que presenciamos imagem inesquecíveis.

Viva à aqueles que fazem do esporte sobrevivencia e espetáculo!

@Thiago Vendramini

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Eleições 2008


Alguns links dos principais portais de notícias com cobertura das eleições 2008.



Num precisa dizer que é importante um constante acompanhamento dos candidatos, pesquisar as idéias dos partidos, não votando apenas no candidato da preferência, procurar os sites dos candidatos, conhecer seu plano completo, assistir aos debates, debater na mesa do bar (cuidado com a lei seca!), no café da manhã, na rua, etc... Essa pode ser a chance de mudar pra melhor (ou não, né?)...

sábado, 19 de julho de 2008

Jogo: o que falta nesta noticia?

Segue uma reportagem do Estadao.


Motorista supostamente bêbado bate com Porsche em SP

Acidente ocorreu no Jardim Paulista, no cruzamento da Alameda Lorena com a Rua Pe. João Manoel

Elvis Pereira - estadao.com.br


SÃO PAULO - Um motorista, supostamente bêbado, atingiu com um Porsche dois veículos no cruzamento da Alameda Lorena com a Rua Padre João Manoel, no Jardim Paulista, zona oeste de São Paulo, na noite desta sexta-feira, 18. O caso está sendo registrado no 78.º Distrito Policial.
Resposta: Quantos envolvidos? Quantos feridos? Ha algum morto? Estava ou nao estava bebado?
Mas uma coisa sabemos: foi um Porshe!
Prioridades, nos faltou prioridades
@Thiago Vendramini

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Lei Seca - Parte II


Essa lei está dando o que falar.

Está estragando a festinha de muito jovens, muitos happy hours de marmanjoes e muitos jantares de negocio.

Mas está salvando vidas. Pelo menos o números dizem.

Eu, particularmente, sou completamente a favor da lei. Lógico que eu adoro uma cervijinha, uma caiprinha, um whiskyzinho com os amigos. Mas quando a vida de outras pessoas que nao têm nada a ver com história estao em jogo, o papo é outro.

É lógico que rapidamente essa lei já virou caso de máfia. A multa é de R$900, se nao me engano. O que quinhentinhos no aperto de mao nao faz, né?

Generalizei, claro. Mas nao é muito raro, nao.

O que me dá medo é ter que ouvir o que eu ouvi no noticiario da RecordNews esses dias.

"O Brasil mostra que quando se trata de álcool, a fiscalizaçao é forte".

Calma, calma. Nao nos precipitemos.

É nesse mesmo Brasil que qualquer muleque (esse termo referente à idade, sem conotacoes maldosas) de 15 anos bebe cerveja quando e onde ele quiser. É nesse mesmo Brasil que há festas com álcool e mais álcool, e nao tem ninguém pra controlar.

Sem precipitacoes. A finalidade da lei é boa. Se é constitucional ou nao, eu nao sei. Mas do momento que salva vidas, pra mim vale.

Claro que o "o,1" é um exagero. Que é pra alimentar o sistema. Alguém aí chamou de CPMF do transito. Mas, melhor assim.

Quando sair, sempre vale aquela história que cada vez um nao bebe. E esse que nao bebe, dirige. Me parece prudente e legal, segundo a nova lei.

Abraço.

@Thiago Vendramini

terça-feira, 15 de julho de 2008

Lei Seca



Há diversas coisas que assustam os motoristas brasileiros. Ladrão, chuva forte, vaca no meio da estrada, etc., mas a que mais tem tirado o sono da maioria é a bendita (ou maldita) Lei Seca (clique para conhecer).

Muito se argumenta quanto à sua legalidade. Há quem diga que é facista, outros que é um puritanismo barato, e outros mais maldosos dizem que foi criada para não se precisar dar aumento para a polícia (se é que vocês me entendem...), mas contra fatos não há argumentos: diminuiu o número de acidentes, como nos informa a Folha Online, que aponta a redução de atendimentos em hospitais em torno de 50% (44 atendimentos nesse final de semana contra 114 no primeiro da lei seca). Realmente, o pessoal tá com medo de encher o caneco.

Mas não só de encher o caneco. Há alguns furos na lei, que não prevê tolerância para o caso de remédios, bem como alguns alimentos. Até de bombom tem gente com medo! O Conselho Nacional de Trânsito diz já estar revendo isso. Uma coisa que chama a atenção é a incapacidade brasileira de escrever bem leis. Entenda, sempre que alguma lei aparece, logo surgem reportagens sobre liminares concedidas por furo na lei. A ultima foi a liberação a dois advogados de não terem que necessariamente se submeter ao exame do bafômetro (que existem apenas 500 pro brasilzão inteiro) porque ninguém é obrigado a gerar provas contra si mesmo (isso tá na constituição nossa). Não sei se é inconpetência de quem escreve, ou se o jeitinho brasileiro consegue sempre encontrar coisa onde parece num existir... Mas enfim!

Comentei com um amigo sobre esses radicalismos que têm acontecido. Em São Paulo primeiro foi a proibição de Outdoors, bem como de anuncios grandes em faixadas. Depois veio a lei seca, proibindo qualquer quantidade de alcool em quem dirige. Depois foi a restrição do tráfego de caminhões de dia em são paulo... Qual será o próximo grande radicalismo? Façam suas apostas!

Enquanto pensam, vejam os males do alcool numa partida de futebol...


@Eduardo Kasparevicis

terça-feira, 8 de julho de 2008

"Descolonização"


Tá a maior encrenca em Raposa Terra do Som, Roraima. Há tempos se tenta abrir espaço para os povos indígenas, devolvendo suas terras, e consequentemente, expulsando os "brancos" invasores (para um panorama do que está acontecendo, tem um bom resumo do G1).

O problema todo está na demora para tudo isso acontecer. Já houveram casos dramáticos com as populações indígenas (caso do engenheiro ficou famoso... se bem que os cara-pintadas exageraram na dose aquela vez... ainda agora estou me perguntando se ser índio traz vantagens na constituição...), de ambos os lados, com baixas tanto para brancos como para índios, e os problemas permanecem.

Agora os índios estão voltando de uma empreitada na europa para ganhar aliados à causa deles, e vamos ver o que acontece. Há matérias sobre o assunto em todos portais nacionais, mas já deixo aqui linkados dois; do Uol e da Folha Online.

ps.: a propósito, a pouco tempo encontraram uma tribo que nunca tinha tido contato com brancos... até aquele momento... depois de ver um monstro prateado voando e fazendo barulho em cima das ocas, você acha que eles vão dormir sussegados?! Ha! Abraço!

@Eduardo Kasparevicis

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Liberdade!

Um post especial hoje. Um post dedicado à vida e à liberdade. Dedicado à justiça e ao respeito humano.

Como todos sabem, Ingrid Bittencourt e mais outras pessoal foram, finalmente, libertadas pelos guerrilheiros da Força Armada Revolucionária Colombiana (FARC). Ingrid, a mais famosa dos reféns, esteve presa no cativeiro por mais de 6 anos. Conhecida por ser radicalmente contra as FARCs, já enfrentou de frente ao principal representande das FARCs. "Chega de sequestros", dizia diretamente ao guerrilheiro máximo do grupo. "A violencia de vocês ainda destruirá a Colombia", completava. Dez dias depois disso foi sequestrada.

Abaixo, segue uma traduçao bem superficial das palavras de um âncora de um telejornal aqui na Espanha, que me agrada muito.

"Boa noite,
é uma história extraordinaria, um dia feliz.[...] Eu disse que hoje é um dia de alegria, de emociones e de imagens de impacto. E como era de esperar, também de um rápido aproveitamento político. A força mediática de Ingrid Bitteoncourt e o interesse demonstrado pela Europa no caso, também foi convertido em um símbolo. De forma que ao ser resgatada pela brilhante açao do exército colombiano, Ingrid deixou de ser, por fim, livre depois de 6 anos de horror e passou a ser um instrumento que com que vao fabricar as mais variadas “figurinhas” de qualquer interesse político. Saltaram a vista alguns analístas, e antes que tivéssemos tempo de pensar já nos chegavam idéias de como resolver algumas das maiores interrogaçoes dos nossos tempos: desde a forma de atuar frente ao terrorismo até a maneira de nos enfrentar com a complexidade da América Latina.[...] Todos os esquerdismos latino-americanos sao um fracasso, diziam. A verdade do continente está em Uribe, diziam. O diálogo com os terroristas jamais, diziam. Tenhamos cuidado. Muitas vezes os exitos têm nublado a vista, e sempre que isso acontece, o pensamento reacionário tem tirado vantagem.

Hojé é o dia de saudarmos a vida e a liberdade, e de abominar a violencia. De felicitar ao governo de Colombia, e de certificar as debilidades das FARCs.[...]"

(Iñaki Gabilondo, Notícias Cuatro)

Para quem tem um espanhol razoável, vale a pena ver. Quem nao tem, também:


Abraços, e viva à vida!


@Thiago Vendramini

sábado, 14 de junho de 2008

É ou nao é?



Bom, depois de 3 semanas sem postar, estamos aqui de novo.


Mensagem rapidinha.....

Eleiçoes nos Estado Unidos. ("Poutz, papo chato", pensou o leitor. Talvez).

Calma, calma. Nao vou falar sobre a economia dos EUA, nem da história política deles.

Eu estava pensando: Po, os EUA é o país mais democratico do mundo.


Nao acham?


Pensem: lá, o melhor rapper é branco! (Eminen)

E mais: o melhor golfista é negro! (Tiger Woods)

Sensacional isso.

Aposto que os senhores nunca tinham visto por esse prisma. Acertei?

Históricamente o rap era elaborado e feito por negros, por se tratar de músicas de protesto contra as diferenças sociais.

E o golf.....o golf é um esporte de elite! Quando alguém na história iria imaginar um negro jogando golf!?!??


Sao os ares da democracia!















































Mas será que democracia é isso?



@Thiago Vendramini

sexta-feira, 23 de maio de 2008

O Fato que nao aconteceu


Hoje peço permissao ao caro internauta para nao falar de um fato ocorrido esse dia. Pelo contrário, quero falar do que nao aconteceu, mas falaram que aconteceu, e ainda bem que nao aconteceu. Calma, vou explicar.


Foi noticiado, primeiramente pela Globo News, e depois por outros canais pagos, que um aviao tinha se chocado com um prédio em Sao Paulo. Balela, se tratava de um incendio. O próprio Estadao noticiou o acidente em seu portal, mas depois fez o seu mea culpa. A aeronáutica falou que ninguém ligou pra eles pra perguntar, quando ligaram foram pra exigir explicaçoes. Um deles foi o nosso presidente.


Por sorte, os canais abertos nao noticiaram nada. Esperavam mais informaçoes.


Isso me fez refletir no poder que esse caras têm na mao, e que algumas vezes utilizam sem pensar. Nós, brasileiros, que tivemos um baita acidente há uns 8 meses, se nao me engano, uma notícias dessas choca.


Imagina uma mulher que tenha um marido que trabalha naquele prédio (o prédio era comercial), quando escuta a notícia e vê as imagens do prédio na televisao. Que reaçao essa mulher poderia ter? Complicado.


Nao gostaria de me alongar muito nessa postagem. A mensagem que eu quero passar é fácil de captar.


Me lembrou quando a revista Veja fez uma matéria sobre uma escola em que, supostamente, os professores abusavam dos alunos. Depois descobriram que era balela também. Lógico que a escola fechou e os professores ficaram marcados por aquelas denúncias.


De se pensar, nao?



@Thiago Vendramini

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Xenofobia e a Copa do Mundo

Desde semana passada está nas homepages dos principais portais de notícias toda encrenca na Africa do Sul. Moradores das periferías do país revoltaram-se contra os imigrantes africanos em seu país.É daqueles casos em que a população local acusa os imigrantes de roubarem seus empregos e, como coloca a Folha OnLine, "fomentar a violência no país (...)". Estranha essa última justificativa, não?

O G1 dá um panorama bastante completo sobre tudo que acontece, diferente do Estadão.com que demora em atualizar suas reportagens sobre o assunto. Este, entretanto, é o único a não mencionar a copa do mundo em sua reportagem...

Achei engraçado isso... Ok, normalmente se mencionam dados econômicos em reportagens de massacres, desastres, etc... Já conhecemos a dureza humana frente a fatos distantes... Mas num "rebú" desses conseguir se lembrar da copa do mundo? Dedicar poucos parágrafos para falar sobre a política social do país que causaram os problemas para acrescentar alguns sobre a importantíssima Copa do Mundo que acontecerá no país daqui a um bom tempo? Isso mostra claramente onde está a cabeça do nosso povo... Depois a religião é que é o ópio do povo...

Depois de postar sobre o assunto, resolvi verificar se o problema com a copa do mundo era só nosso... e de fato! Nem o jornal El País, nem a CNN americana tocaram no importantíssimo assunto... que descuidados não!?

@Eduardo Kasparevicis

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O Homem X A Natureza


Como o seres humanos somos prepotentes, nao? Achamos que mandamos no mundo, que tudo existe para nos servir e nos fazer felizes. Achamos que temos controle sobre tudo e todos. Pensamos que somos seres perfeitos, os melhores. Subestimamos a natureza e qualquer ser que possa ser superior. Cremos que somos autosuficientes. Que qualquer necessidade que possamos ter nós mesmo vamos satisfaze-la. Poluimos, cortamos madeira de forma deliberada, matamos focas como esporte, penduramos cabeças de animais em nossas salas, colocamos cigarro em boca de sapo, prendemos pássaros em gaiolas, envenenamos macacos nos zoologicos, etc. Tudo isso para mostrar - de forma conciente ou nao - que somos poderosos e donos de tudo.


Quando falamos de aquecimento global falamos de forma distante e da boca pra fora. Fala sério! Quem aqui está preocupado com o aquecimento global?!?!?! Isso é hipocrisia. Quando se compra um carro, se compra pela beleza e eficiencia ou pela quantidade de CO2 que o mesmo emite? O leitor compraria um produto de menor qualidade só por saber que tal empresa planta árvores? Acho difícil.

Já nos achamos responsáveis quando nao compramos sprays que tenham CFC. Pensamos que somos amigos do planeta com isso. Que medíocre somos.


Foi fascinante o que se passou naquele incendio nos EUA. Confesso que nao me lembro o nome da cidade, mas a maior preocupaçao foi que nesse incendio casas de artistas/atores famosos foram queimadas. Ou seja, que se dane as arvores! Coitada das casas!


Nao digo isso por ser sócio do Greenpeace nao. Nem da WWF. Pelo contrário, acho essas coisas uma máquina de dinheiro. Uso a razao para dizer isso, nao outra coisa.


Mas voltando.....


Aqui na Espanha tem um canal de televisao que tem uma vinheta com uma sacada muito bem bolada. O cana é o Quatro. (Aliás os nomes das emissoras aqui sao muito criativas: Antena 3, Quatro, TeleCinco, La Sexta, etc). Nessa vinheta aparece umas pessoas com faixas do Woodstock, faixas contra o Bush e essas reivindicaçoes baratas. Aí uma voz diz: "Voce pode continuar culpando o Bush. Ou pode comecar a fazer alguma coisa para mudar o planeta". Achei muito boa. Foi paulada no peito de muitas pessoas. Na minha também, claro.


E o tempo vai passando. O ser humano nao percebemos que mal fazemos. Pior, achamos que nao o fazemos. Mas aí vem a natureza, como veio esses dias em Mianmar. A natureza vem e fala: "Amigao, quem manda aqui sou eu! Toma cuidado que o pior está por vir. Será que com o meu Tsunami voces nao aprenderam nada?"


E sabe o que é o pior?


O caso Mianmar e o assunto sobre a natureza vao durar 2 meses, quando muito. Depois se esquece. O projeto Kyoto já foi esquecido. O Tsunami também. Quantos morreram mesmo? Quando que foi? Onde foi?


Só espero que esse nao tenha sido o ultimato da natureza.



@Thiago Vendramini

terça-feira, 6 de maio de 2008

Ameaça à Justiça

Não são raros, como demonstrado em post anterior, casos de abusos nas regiões isoladas no país. Abuso de poder, tanto político, quanto econômico... Sempre em prol de interesses próprios. Essa semana e semana passada, a CNBB fez denuncias sobre ameaças de morte que têm acontecido na região amazônica do nosso país a bispos que fizeram declarações um tanto quanto... comprometedoras a alguns grupos... "Exploração sexual de crianças e adolescentes, tráfico de mulheres e ameaças de mortes a autores de denúncias de abusos", como começa a reportagem na página do portal UOL. E essas denuncias já haviam sido feitas anteriormnte... E (estranho, não?), não foram tomadas providêcias palpáveis contra o que acontece... Será apadrinhamento, ou desinteresse na região? Ou que seria então? Na Folha Online, do começo do mês de abril, já se comentava sobre o assunto, e o que se fez de lá para cá? Deu-se proteção aos bispos (o que é bastante razoável...), mas resolver de fato o assunto, parece que será uma longa jornada ainda. De qualquer maneira, haverá algo ocorrendo na Câmara, e vamos esperar para ver no que dá. Confesso não estar lá muito otimista, no entanto, a esperança [de justiça] é a última que morre.
Ao mesmo tempo, essa repostagem remete a outro universo, que até se tornou senso comum, sobre os casos de padres pedófilos. Em diversos fóruns de discução, sempre ocorrem acusações (na minha opinião, injustas) que todo padre é pedófilo. Esses bispos lutando contra essa barbárie que lá se faz certamente é um banho de água fria nessas generalizações infundadas. A pedofilia é um mal que está em todos os meios, em todos credos, e atribuir isso apenas à igreja ou a um restrito grupo é njustiça e obtusidade mental... Mas, num país como o Brasil, o mais se pode esperar?...
@Eduardo Ferreira

terça-feira, 29 de abril de 2008

A Escória Humana


Em primeiro lugar, perdao pelo título agressivo. Em segundo, nenhum outro encaixaria melhor.

Em terceiro, quero dizer dizer que escrevo esse post com uma profunda tristeza. Mas nao com uma tristeza distante, como daquelas que qualquer cigarro me daria a felicidade novamente. E sim uma tristeza proxima. Por mais que o fato que vamos pensar hoje tenha ocorrido na Áustria, eu (que estou na Espanha) sinto que foi uma coisa muito próxima a mim, o leitor nao? Nao vou descrever como foi o fato, me daria asco. Prefiro deixar um link. Deixarei para todos leitores: Estadao, Folha, Terra, ou jogue no Google que encontrarás facilmente.


Estava assistindo o noticiario aqui em Salamanca, quando saiu essa noticia. Eu jurava que o ancora tinha se equivocado ao dizer 24 anos, pensava que se tratava de 24 dias. Corri pro meu quarto, liguei o notebook e entrei na internet. Me espantei. Realmente eram 24 anos. Na continuaçao da reportagem falaram dos abusos sexuais. E dos sete fihos que Josef teve com a sua filha. Aquilo meu deu nojo, nao nego. Também nao nego que xinguei a televisao com todos os palavroes que eu sei. Aproveitei pra inventar alguns também. A menina que divide apartamento comigo estava pasma. O namorado dela nao acreditou na notícia.


Desliguei a televisao e fui pro quarto. Começei a me acalmar, se nao julgaria o cidadao pelo meus nervos e nao pelo fato em si.


Refleti. E comecei a reaparar uma coisa. Esses tipos de coisas escandalosas acontecem geralmente em países ricos, já repararam? Lógico que no Barsil também existe isso. Mas até que é explicável (mas nao justificável, claro). Aqui chamamos de diferença social, segregaçao, preconceito, etc. Mas já pararam pra pensar na quantidade de fatos estranhos e muitas vezes asquerosos que ocorrem nos países ricos? Cito alguns: Tiroteio nas escolas dos Estados Unidos, taxas de suicidios altíssimas no Japao, a alta frequencia de maridos que matam suas esposas aqui na Espanha, crimes na internet como pedofilia, entre outros.


Esqueci um momento o caso do sujeito austríaco e comecei a pensar nisso. Na verdade nao achei uma resposta concreta. Tentei relacionar com a frivolidade vivida na Europa, mas isso nao incluiria os EUA. Na verdade estou bolando minha teoria ainda. Aceito ajuda.



@Thiago Vendramini


segunda-feira, 28 de abril de 2008

Quando dados re-explicam a verdade

Essa semana saiu em todos os sites importantes uma pesquisa bombástica. Pode não parecer bom assunto para o blog, mas a seguir veremos porque o é. As chamadas foram mais ou menos a seguinte:"Dieta da mãe pode influenciar o sexo do bebê, diz estudo".Hum... Logo que se lê o título, se lembra instantaneamente as aulas de genética do cursinho, ou do colegial para os mais geniais... E Vem a pergunta... Ué! Mas as chances não são de 50%? É... Lendo a entrevista se percebe na roubada que caímos... Colarei um trecho da reportagem do "IG", mas há também reportagens na folha (que parece ser a mesmíssima reportagem do ig...) e em outros sites..

"Foram pesquisados os hábitos alimentares de 740 britânicas grávidas pela primeira vez. Todas só descobriram o sexo dos filhos no parto. Segundo o estudo, 56% das mulheres com dietas altamente calóricas tiveram meninos, o que aconteceu com apenas 45% das que consumiam poucas calorias".


Interessante, não? 760 mulheres na pesquisa... 45%... 56%... Que coisa! Não parece uma margem um tanto quanto... pequena de pesquisa para uma afirmação tão... forte quanto essa? E esse diferencial de potencial, para um número tão reduzído de "cobaias" não é realmente significativo, é? Apenas minha humilde opinião...Certo... E que tem a ver com o assunto do blog? Elementar... Manipulação de opinião pública! Como assim? Ora, a chamada deixa tudo bem claro, e o ser humano que resolver ler, para não simplesmente assumir a opinião apenas pelo título, lerá na maioria dos casos até a metade, e perderá esse detalhe. E todos sairão por aí reafirmando a pesquisa. E quem duvida que esse assunto não se restringe apenas a bobeirinhas desse tipo? Certamente que pesquisa política é a mesma coisa, opiniões sobre células tronco, sobre premiações,... sobre qualquer assunto! É muito facil manipular pessoas! Vide reportagem acima!


sábado, 26 de abril de 2008

E mais um dia se passa......


O leitor, que tenho a certeza que é uma pessoa leitora de jornais ou telespectadora de noticiários, já deve estar cançado de notícias do tipo: "O percursso da tocha olímpica em (algum país ou cidade) foi interrompida por protestos em memória aos monges do Tibet", "Manifestantes pró-Tibet tumultuam o caminho da tocha" ou qualquer coisa relacionada. Eu também o estou, confesso. Mas já parou para pensar porque toda a semana (para nao dizer todos os dias) vemos essa notícia? É porque realmente nao se faz nada em relaçao aos monges do Tibet. Vemos e pensamos:" Putz, coitados desses monges, né?" E já mudamos para o caderno de esporte do jornal. Ou ficamos ansiosos para o noticiario acabar e começar a nossa novelinha.
O fato é que nao podemos ficar somente no "sentir pena". E nao me refiro só ao caso dos monges do Tibet. Entra nessa o caso Isabella, o caso FARC, o caso dengue, o caso cartao corporativo, o caso (pela terceira vez) Law Kin Chong, Hamas e Israel, e mais outros milhoes de casos, que o senhor mesmo poderia citar.
O que quero dizer com essas palavras, e com esse breve tempo que estou roubado do seu dia, é que essas coisas nunca vao parar de acontecer se apenas ficamos no "Caramba, que mundo injusto!". Porque há corrupçao em todos os mandatos? Porque hoje em dia nao há uma manifestaçao em massa, que realmente mova a populaçao, que abale o nosso país. Os caras pintadas (muitos deles podem estar lendo isso agora!) fizeram diferença! Alguém duvida disso??
Infelizmente, há pessoas que roubaram muito dinheiro da populaçao, e que foram reeleitas. Nao preciso dizer nenhum nome. O leitor é sábio. E há pessoas que nao têm nenhum senso político, que dedicaram sua vida interia à musica ou a televisao, e que foram eleitas. Novamente nao há necessidade de nomes. Com essas pessoas lá, o senhor tem esperanças de melhorias?
Bom, mas mudando de foco, por que, afinal, esse blog nao tem característica política, devemos ter esse desejo de realmente se interessar por essas notícias, se comover (nao digo chorar e sair gritando pelas ruas anunciando o fim do mundo) e ver que se nao fizermos (você e eu) uma manifestaçao séria e de expressao, nao tardará muito para acontecer a mesma coisa ou coisa pior.
A internet tem uma força incalculável. Devemos usá-la como uma "arma" para conscientizar as pessoas desses fatos. Ou de outros que nao aparece nos meio de comunicaçao.
Você já mandou um e-mail para algum deputado ou vereador? Façam esse teste. Reclamem de alguma coisa, ou elogiem, por que nao? Isso faz muita diferença.
Um conhecido, que é colunista do Estadao, um dia me disse que o valor de uma carta de algum leitor enviada à direçao do jornal é enorme. Porque naquela carta tem as idéias de outras milhoes de pessoas. E isso vale muito!

Combinemos ou coisa: antes de encerrar o seu trabalho hoje, mande um e-mail para algum deputado ou vereador. De preferência para aquele em quem o senhor votou. Pode ser?



@Thiago Vendramini


Mais uma vez, desculpe pela falta de acentuaçao.
foto:Junji Kurokawa/AP

sábado, 12 de abril de 2008

¡Bienvenidos al siglo 21!


É isso que dá vontade de dizer à Raul Castro e mais ainda para Fidel Castro. Nesses últimos dias o mais novo Presidente de Cuba - lei-se ditador-, Raul Castro, anunciou novas regras e leis que com certeza vao mudar radicalmente a vida de todos os cubanos. Para quem nao está a par dos fatos deve estar imaginando leis totalmente liberais e "revolucionárias" como liberalizaçao de uso de drogas, casamentos homossexuais, ou qualquer outra coisa que se imagina nessas horas. Mas nao. Acreditem, essas novas leis permitem que os cidadaos (permitam-me reescrever essa palavra usando aspas) "cidadaos" tenham celulares, eletrodomésticos (!), DVDs e computadores.

E mais: as terras estatais ociosas (aquelas que ninguém usa porque nao cresce nada) serao vendidas ao setor privado para serem usadas na produçao de alimentos, café e fumo.

E no dia 3 desse mês, Raul anunciou a criaçao do primeiro canal de televisao com conteúdo extrangeiro. Até o momento, Cuba tinha 5 canais de TV, os cinco controlado pelo Estado, além de 3 canais chineses.
Um desses canais cubanos costumava passar alguns filmes americanos. Mas pasmem: eram filmes piratas, afirma o jornal espanhol El País.

E Raul Castro afirma que ainda há mudanças a fazer. Seu principal discurso depois de seu irmao lhe ter passado o poder foi acabar com os "excessos de proibiçao". Por enquanto está cumprindo. Vamos ver até onde.

Ah!, Bem-vindos ao século 21!



Thiago Vendramini

OBS:Desculpem-me pela falta de acentuaçao, o teclado espanhol nao tem o til.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Queimando Vidas

Em reportagem na Folha Online, lê-se que R$601 milhões foram aplicados em multas aos responsáveis por focos de desmatamento, pequenos ou grandes, na região amazônica. Esse valor corresponde a 41% do total de multas emitidas pelo Ibama. Sente-se um pequeno "alívio" com esses números, não? "Nossa! Parece que estão cuidando bem da nossa floresta!". Sabemos que o governo é bastante bom aplicando multas... Como exemplo, uma multa para o proprietário de comércio na cidade de São Paulo que não se adequou ao projeto Cidade Limpa chega a R$10.000 reais. Mas a multa resolve o problema? Um fazendeiro multado por queimadas aprenderia a lição, se sentiria arrependido, e pararia de queimar floresta para aumentar sua área de uso?

Outra reportagem do Estado nos elucida um pouco a esse respeito. "Áreas de desmatamento têm maior índice de homicídios" é o título. Logicamente, ambos assuntos não se encontram de todo distantes. Onde há mais desmatamento, há menos fiscalização, e onde há menos fiscalização, há menos mãos do governo. Onde há menos mãos do governo, há mais "Valentões Donos da Rua" atuando. E a chance de esses "valentões" estarem ligados intimamente com a origem das queimadas é, digamos, grande. Havendo mais valentões, menos governo, existem menos multas aplicadas, e menos multas cobrada. Se multas acabam aplicadas ou cobradas, ou denuncias feitas, bom... cabeças rolam!

Bom... Nessa semana, com os dois estudos que já sairam a respeito de desmatamento e violência, temos um mapa bastante grande das áreas onde se deve atuar com maior urgência, contendo avanço de ambos problemas: da plantinha que vira carvão, e do valentão que queima plantinha.

@ Eduardo Kasparevicis

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O Mapa da Violência

Nesta terça-feira foi divulgado um estudo que pesquisou as cidades mais violentas do nosso Brasil brasileiro. O mais interessante - e assustador - é que mais de 70% da violência registrada no país todo está localizada em apenas 10% dos munícipios. Ou seja, a concentração da violência é enorme.



Ao longo da pesquisa, nota-se que esses tais 10% são municípios de grande porte (em termos de população), porque abrigam mais de 40% dos nossos habitantes.

Para matar a curiosidade do leitor, a cidade mais violenta não está nem no Rio de Janeiro e muito menos em São Paulo. Coronel Sapucaia, Mato Grosso do Sul, ganhou o 'troféu de latão'. Explicação: mesmo com apenas 13 homicídio registrados, devido a sua pequena população (14,6 mil habitantes), a cidadezinha fica no topo do Ranking como a mior média de homicídio por habitantes. A única capital que aparece no Top 10 é o Recife, Pernambuco.



Se for considerado homicídios por número absoluto, São Paulo lidera, sendo seguida pelo Rio de Janeiro e Recife.

Essa mesma pesquisa nos mostra que a morte entre os jovens (de 15 a 24 anos), cresceu 31,3% nos últimos dez anos. As principais causas foram as armas de fogo e a violência no trânsito.

Ao saber da pesquisa, o nosso secretário-executivo do Ministério da Justiça falou: "Os números são altos, mas reflete uma preocupação porque coloca a questão da Segurança Pública entre as prioridades", e ainda lembrou que R$41,5 milhões serão destinados à 99 municípios, que deverão ser investidos na segurança.

Engraçado, porque se espera chegar nesse nível de violência para se investir. E outra, se são 10% de munícipios, considerando que no Brasil existem 5.564 municípios, os 10% correspondem a 556 cidades. O leitor já deve ter entendido o meu raciocínio.

Impotante: Os números utilizados na pesquisa são de 2006.

Agora, um fato pitoresco da pesquisa. Foi excluido da pesquisa o Distrito Federal, por não possuir uma malha municipal. Mas, o leitor terá de concordar: é lá onde está a maior média de violência do nosso País. não física, mas sim moral. Alguém discorda?



@Thiago Vendramini

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Sistema penitenciário sob Vigia

"A cada 7 minutos, um preso é solto". É assim que começa a reportagem do Estadão sobre o assunto do sistema carcerário brasileiro. E 70% deles retornam à prisão. Segundo a reportagem, o problema estaria na falta de receptividade do mercado às pessoas com "curriculum sujo de listrado", coisa realmente grave, uma vez que o relocamento do ex-preso na sociedade deveria se fazer de modo completo: família, trabalho, círculo social.

A Folha, no entanto, em seu artigo sobre livro que trata do assunto, nos recorda de um ponto a mais. Desses 70% que voltam, uma boa parte não tentou deixar o crime de maneira alguma. Funcionando como um convívio para novos contatos, os presídios ajudam a afundar seus internos no mundo do crime organizado, juntando-se a facções criminosas e diversos grupos responsáveis por tráfico de drogas, de armas, de pessoas, e toda imundice que se pode imaginar.

Há um ponto de união entre as duas reportagens: o aparente esgotamento desse tipo de sistema regenerativo, o que aparece em outros países, como,citado pela folha, os Estados Unidos. Não valeria repensar o modo como se trata o crime no nosso país, não aliviando para o lado dos bandidos, mas colocando-os em seu lugar. Na hora que entra, e na hora que sai. Sugestões? Confesso que esse assunto não se havia apresentado para mim antes de agora... É pesaroso admitir, mas o colocava como secundário... E ainda não pensei em resposta... Bom... Sugestões?

@Eduardo Kasparevicis

domingo, 27 de janeiro de 2008

O Caso Quênia


Todos os dias vemos nos jornais televisivos, impressos ou até pela internet alguma notícia relacionada ao Quênia, não é verdade? E infelizmente, na maioria das vezes não são boas.

O caso explodiu mesmo no dia 27 de dezembro, com a divulgação do resultado das eleições. A Comissão Eleitoral deu a vitória ao presidente, Mwai Kibaki, reeleito para um segundo mandato de cinco anos. No entanto, o principal candidato de oposição, Raila Odinga, contestou o resultado e afirma que houve fraude.

Mas é fundamental para um bom entendimento do caso, saber a história (recente, caro leitor, sem sessão nostalgia) do Quênia e de todos os últimos acontecimentos que marcaram a sociedade queniana.

Kibaki foi eleito pelo primeira vez em 2002, em eleições consideradas limpas e justas, diferentemente das anteriores. O carro-chefe da campanha de Kibaki foi a proposta de mudança, principalmente porque colocaria um fim nos 40 anos de domínio do partido Kanu.
Daniel Moi (o presidente até 2002) aceitou deixar o cargo, após governar por 24 anos.

Uma característica muito forte no processo eleitoral no Quênia, é o aspecto étnico. Toda uma etnia vota em determinado candidato, não há tanta diversidade (leia-se liberdade) de opiniões dentro de um etnia.

Tendo isso em vista, podemos agora ver os fatos atuais com um pouco mais de critério:

- A oposição pede uma nova eleição, e que nesse intervalo de tempo um governo provisório atuasse no País;
- Para tentar controlar a onda de violência, Kibaki sugere à Odinga a formação de um governo de unificação com a oposição. Odinga - obviamente- rejeita;
- Kibaki nomeia novos parlamentares. No dia da posse dos mesmos, há um grande tumulto devido a escolha do Presidente do Parlamento. O Parlamentares querem voto secreto, oposição aberto;
- Após umas sessão conturbada, o Presidente do Parlamento estava eleito: Kenneth Marende, do principal partido da oposição. Primeiro ato do mais novo presidente do Parlamento: convocação da população para 3 dias de protestos contra a eleição de Kibaki. Resultado? Mortes. Muitas mortes.

Até hoje, meus amigos leitores, essas matanças não acabaram. Nesses dias mesmo, morreram mais de 80 pessoas.


Ainda bem que no Brasil as coisas não funcionam assim há muito tempo, não é? Bem, não há tanto tempo assim. Lembram da morte misteriosa do Jango? Alguma verdades estão começando a aparecer. Mas por enquanto não passam de boatos.

O que não podemos é ver esses acontecimentos como fatos isolados e longe de nós. Deve servir para se refletir sobre a real importancia do poder, da democracia, do povo, da liberdade de expressão, da justiça e da paz.
@ Thiago Vendramini