quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Queimando Vidas

Em reportagem na Folha Online, lê-se que R$601 milhões foram aplicados em multas aos responsáveis por focos de desmatamento, pequenos ou grandes, na região amazônica. Esse valor corresponde a 41% do total de multas emitidas pelo Ibama. Sente-se um pequeno "alívio" com esses números, não? "Nossa! Parece que estão cuidando bem da nossa floresta!". Sabemos que o governo é bastante bom aplicando multas... Como exemplo, uma multa para o proprietário de comércio na cidade de São Paulo que não se adequou ao projeto Cidade Limpa chega a R$10.000 reais. Mas a multa resolve o problema? Um fazendeiro multado por queimadas aprenderia a lição, se sentiria arrependido, e pararia de queimar floresta para aumentar sua área de uso?

Outra reportagem do Estado nos elucida um pouco a esse respeito. "Áreas de desmatamento têm maior índice de homicídios" é o título. Logicamente, ambos assuntos não se encontram de todo distantes. Onde há mais desmatamento, há menos fiscalização, e onde há menos fiscalização, há menos mãos do governo. Onde há menos mãos do governo, há mais "Valentões Donos da Rua" atuando. E a chance de esses "valentões" estarem ligados intimamente com a origem das queimadas é, digamos, grande. Havendo mais valentões, menos governo, existem menos multas aplicadas, e menos multas cobrada. Se multas acabam aplicadas ou cobradas, ou denuncias feitas, bom... cabeças rolam!

Bom... Nessa semana, com os dois estudos que já sairam a respeito de desmatamento e violência, temos um mapa bastante grande das áreas onde se deve atuar com maior urgência, contendo avanço de ambos problemas: da plantinha que vira carvão, e do valentão que queima plantinha.

@ Eduardo Kasparevicis

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O Mapa da Violência

Nesta terça-feira foi divulgado um estudo que pesquisou as cidades mais violentas do nosso Brasil brasileiro. O mais interessante - e assustador - é que mais de 70% da violência registrada no país todo está localizada em apenas 10% dos munícipios. Ou seja, a concentração da violência é enorme.



Ao longo da pesquisa, nota-se que esses tais 10% são municípios de grande porte (em termos de população), porque abrigam mais de 40% dos nossos habitantes.

Para matar a curiosidade do leitor, a cidade mais violenta não está nem no Rio de Janeiro e muito menos em São Paulo. Coronel Sapucaia, Mato Grosso do Sul, ganhou o 'troféu de latão'. Explicação: mesmo com apenas 13 homicídio registrados, devido a sua pequena população (14,6 mil habitantes), a cidadezinha fica no topo do Ranking como a mior média de homicídio por habitantes. A única capital que aparece no Top 10 é o Recife, Pernambuco.



Se for considerado homicídios por número absoluto, São Paulo lidera, sendo seguida pelo Rio de Janeiro e Recife.

Essa mesma pesquisa nos mostra que a morte entre os jovens (de 15 a 24 anos), cresceu 31,3% nos últimos dez anos. As principais causas foram as armas de fogo e a violência no trânsito.

Ao saber da pesquisa, o nosso secretário-executivo do Ministério da Justiça falou: "Os números são altos, mas reflete uma preocupação porque coloca a questão da Segurança Pública entre as prioridades", e ainda lembrou que R$41,5 milhões serão destinados à 99 municípios, que deverão ser investidos na segurança.

Engraçado, porque se espera chegar nesse nível de violência para se investir. E outra, se são 10% de munícipios, considerando que no Brasil existem 5.564 municípios, os 10% correspondem a 556 cidades. O leitor já deve ter entendido o meu raciocínio.

Impotante: Os números utilizados na pesquisa são de 2006.

Agora, um fato pitoresco da pesquisa. Foi excluido da pesquisa o Distrito Federal, por não possuir uma malha municipal. Mas, o leitor terá de concordar: é lá onde está a maior média de violência do nosso País. não física, mas sim moral. Alguém discorda?



@Thiago Vendramini

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Sistema penitenciário sob Vigia

"A cada 7 minutos, um preso é solto". É assim que começa a reportagem do Estadão sobre o assunto do sistema carcerário brasileiro. E 70% deles retornam à prisão. Segundo a reportagem, o problema estaria na falta de receptividade do mercado às pessoas com "curriculum sujo de listrado", coisa realmente grave, uma vez que o relocamento do ex-preso na sociedade deveria se fazer de modo completo: família, trabalho, círculo social.

A Folha, no entanto, em seu artigo sobre livro que trata do assunto, nos recorda de um ponto a mais. Desses 70% que voltam, uma boa parte não tentou deixar o crime de maneira alguma. Funcionando como um convívio para novos contatos, os presídios ajudam a afundar seus internos no mundo do crime organizado, juntando-se a facções criminosas e diversos grupos responsáveis por tráfico de drogas, de armas, de pessoas, e toda imundice que se pode imaginar.

Há um ponto de união entre as duas reportagens: o aparente esgotamento desse tipo de sistema regenerativo, o que aparece em outros países, como,citado pela folha, os Estados Unidos. Não valeria repensar o modo como se trata o crime no nosso país, não aliviando para o lado dos bandidos, mas colocando-os em seu lugar. Na hora que entra, e na hora que sai. Sugestões? Confesso que esse assunto não se havia apresentado para mim antes de agora... É pesaroso admitir, mas o colocava como secundário... E ainda não pensei em resposta... Bom... Sugestões?

@Eduardo Kasparevicis

domingo, 27 de janeiro de 2008

O Caso Quênia


Todos os dias vemos nos jornais televisivos, impressos ou até pela internet alguma notícia relacionada ao Quênia, não é verdade? E infelizmente, na maioria das vezes não são boas.

O caso explodiu mesmo no dia 27 de dezembro, com a divulgação do resultado das eleições. A Comissão Eleitoral deu a vitória ao presidente, Mwai Kibaki, reeleito para um segundo mandato de cinco anos. No entanto, o principal candidato de oposição, Raila Odinga, contestou o resultado e afirma que houve fraude.

Mas é fundamental para um bom entendimento do caso, saber a história (recente, caro leitor, sem sessão nostalgia) do Quênia e de todos os últimos acontecimentos que marcaram a sociedade queniana.

Kibaki foi eleito pelo primeira vez em 2002, em eleições consideradas limpas e justas, diferentemente das anteriores. O carro-chefe da campanha de Kibaki foi a proposta de mudança, principalmente porque colocaria um fim nos 40 anos de domínio do partido Kanu.
Daniel Moi (o presidente até 2002) aceitou deixar o cargo, após governar por 24 anos.

Uma característica muito forte no processo eleitoral no Quênia, é o aspecto étnico. Toda uma etnia vota em determinado candidato, não há tanta diversidade (leia-se liberdade) de opiniões dentro de um etnia.

Tendo isso em vista, podemos agora ver os fatos atuais com um pouco mais de critério:

- A oposição pede uma nova eleição, e que nesse intervalo de tempo um governo provisório atuasse no País;
- Para tentar controlar a onda de violência, Kibaki sugere à Odinga a formação de um governo de unificação com a oposição. Odinga - obviamente- rejeita;
- Kibaki nomeia novos parlamentares. No dia da posse dos mesmos, há um grande tumulto devido a escolha do Presidente do Parlamento. O Parlamentares querem voto secreto, oposição aberto;
- Após umas sessão conturbada, o Presidente do Parlamento estava eleito: Kenneth Marende, do principal partido da oposição. Primeiro ato do mais novo presidente do Parlamento: convocação da população para 3 dias de protestos contra a eleição de Kibaki. Resultado? Mortes. Muitas mortes.

Até hoje, meus amigos leitores, essas matanças não acabaram. Nesses dias mesmo, morreram mais de 80 pessoas.


Ainda bem que no Brasil as coisas não funcionam assim há muito tempo, não é? Bem, não há tanto tempo assim. Lembram da morte misteriosa do Jango? Alguma verdades estão começando a aparecer. Mas por enquanto não passam de boatos.

O que não podemos é ver esses acontecimentos como fatos isolados e longe de nós. Deve servir para se refletir sobre a real importancia do poder, da democracia, do povo, da liberdade de expressão, da justiça e da paz.
@ Thiago Vendramini

sábado, 26 de janeiro de 2008

Fatos, Pensamento e Café

O primeiro post, claro, é a explicação do Blog. Pois bem, a explicação se fará pela explanação do título: Fatos, Pensamento e Café. Esse blog tem o propósito de tratar os mais diferentes e relevantes acontecimentos no mundo da última semana; fatos, e incentivar uma reflexão a respeito destes de maneira a gerar uma saudável interação entre os leitores; pensamento, e, evidentemente, de maneira informal e descontraída, como uma conversa de amigos à mesa; café. Fato, Pensamento e Café.

Para uma melhor interpretação dos fatos e evitar a parcialidade, todas as postagens terão como sustentação duas ou mais fontes, sendo essas mencionadas e linkadas ao longo do tópico.

Convidamos os leitores a participarem dessa nossa iniciativa, não só lendo, mas colocando sua opinião pensada e refletida sobre o tópico postado, mantendo a cordialidade e o respeito às demais idéias e pontos de vista que possam aparecer nesse blog.

@Thiago Vendramini e Eduardo Kasparevicis.