segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Estagiário virou gente

Demorou, mas aconteceu: todos estagiários receberão uma promoção: viraram gente. Verdade! É difícil de acreditar, mas agora o estagiário terá direitos. A nova lei, segundo a Folha Online, vinha sendo prometida há um bom tempo. O Dia Online (confesso que o nome do site não é lá muito bom... ainda mais escrito sem espaços como acontece no endereço dele...), do portal terra, nos escreve os diversos benefícios a que terão direito os estudantes:
"QUEM PODE
Poderão estagiar alunos dos ensinos Superior, Médio, Médio Técnico, Educação Especial e dos anos finais do Fundamental (na modalidade profissional da educação de jovens e adultos) " >> isso já acontecia, sem grandes mudanças...

"JORNADA
Os estágios devem ter, no máximo, 6 horas diárias e 30 semanais, exceção para os alunos da Educação Especial e dos anos finais do Ensino Fundamental, que não poderão ultrapassar 4 horas diárias e 20 horas semanais" >> ah, sim! Belas mudanças! Cansei de ver estagiários ultrapassando e muito as 8h de trabalhos habituais, e sem ganhar a mais, resultando num curso universitário sendo levado com a barriga. Com essa redução de jornada, muita coisa melhorará, inclusive qualidade de profissionais no mercado, ânimo do estagiário para trabalhar, melhor aproveitamento do curso superior, maior número de projetos paralelos ao trabalho e à universidade para enriquecer o estudante, e muitas mais coisas...

"PROJETO PEDAGÓGICO
As instituições de ensino terão que enviar ao Ministério da Educação seus projetos pedagógicos. Se não constar a necessidade de estágio, os estudantes não poderão ser contratados. “Essa é uma preocupação para nós. Se o estágio não constar no projeto pedagógico, seus alunos perderão o direito a estagiar”, destaca Seme" >> Esse é um ponto interessante. Embora muita gente perderá o direito, acabará por forçar a instituição a incluir um plano de estágio.
Mas ao mesmo tempo, há o lado do programa de ensino que não prevê estágio para que o estudante consiga se dedicar exclusivamente ao curso, conseguindo o máximo de sua formação universitária, para depois, no mercado, já estar com uma qualificação teórica e prática bastante equilibrada, diferente de muitos profissionais de mercado que conhecem as "manhas", mas ignoram os conceitos, o que fecha um circulo vicioso de falta de inovação, repetição de mecanismos muitas vezes falhos, não questionamento da profissão e seus limites, etc... O que acontece é que mesmo em cursos assim, há estudantes que necessitam trabalhar para ajudar em casa ou sustentar os próprios estudos... E aí é que está o problema... Enfim, são dois pontos a serem pensados.

"BOLSA-AUXÍLIO
Nos estágios não-obrigatórios, o estudante vai receber uma bolsa-auxílio. Durante o período de férias, ela continuará a ser pagaFÉRIAS Após um ano de estágio, o estudante terá direito a tirar 30 dias de férias " >> A bolsa auxílio é algo comum, embora ainda existam empresas sanguessugas que não a empregassem. No entanto, nesse caso aqui, o que mais chama a atenção são os 30 dias de férias. Isso sim é um luxo! E o site ainda acrescenta: "Ao completar um ano estagiando, o aluno terá direito a 30 dias de férias. E a preferência é que sejam tiradas no período do recesso escolar. " (itálico por minha conta).

"PROFISSIONAL LIBERAL
Com a nova lei, profissionais liberais de Nível Superior (com registro nos conselhos regionais), como advogados, engenheiros e outros, também vão poder contar com estudantes na empresa " >> mais um buraco de mercado preenchido. As coisas estão de fato melhorando...

Aqui, link do site Administradores.com.br e da Band para mais dois textos sobre a nova lei.

Mas uma coisa... Será que a tradição de o estagiário fazer e servir cafezinho será quebrada?...
Bom, uma tirinha bacana para alegrar e ensinar alguns macetes aos estagiários que frequentam esse blog enquanto o chefe não olha...


@Eduardo Kasparevicis

4 comentários:

Paulo, Gutão para os íntimos disse...

Caro Dudu,
A lei até é bem bonita no papel, mas infelizmente não tenho muitas esperanças que traga mudanças interessantes para nossa classe... Aliás, muito pelo contrário.. Veja só, reduzindo a jornada para 6 horas, o que irá acontecer na realidade será uma diminiução da bolsa auxilio daqueles que recebem como mensalistas, porém a jornada de trabalho certamente não será alterada, já que não existe nunhum controle quanto á isso. O cara tem simplismente que cumprir aquilo que lhe foi requisitado e pronto, se não for capaz de fazer em 6 horas terá obrigatoriamente que estender o período de trabalho..
Quanto às férias, sou mais pessimista ainda, minhas experiencias como estagiário me fazem pensar que os estágios passarão a durar 11 meses. Sim, porque para a empresa não vale a pena ficar sem ninguem no lugar do estagiário por um mês. E para o estagiário não vale a pena ficar um mês inteiro sem receber nada (atente ao fato das férias não serem pagas...)
Concluíndo, acho que essa é mais uma das leis da moda aqui do nosso país. Deve ser assunto por mais algumas semanas e depois deverá ser esquecida como todas as outras..
Isso não é pessimismo, é realismo.
Abraço

Paulo, Gutão para os íntimos disse...

Quanto as ferias no outro comentário, quis dizer que não são pagas nos casos de horístas.. Se o cara não trabalhou nenhuma hora...
0 x bolsa auxilio = O

Eduardo Ferreira disse...

mwjhqFala Paulo,

Então, cara... Isso é um assunto que pesquisareii (inclusive ao RH aqui da empresa se bobear...), mas algo que é fato é que mesmo sendo horista, o estagiário irá sim receber. Até mesmo porque qdo acontecem bônus de final de ano nas empresas, ele recebe (o calculo é feito de acordo com uma média).

A jornada normal hoje em dia é de 8h (meu caso). Mas passará a ser considerada normal a de 6h. Se precisar ficar menos, sussegado, se precisar ficar mais, ganha mais tbm (no caso dos horistas). Vai ser mais uma mudança de referencial. E eles também falam de acompanhamento efetivo de um professor (isso sim me parece beeem dificil). Caso ele ocorra, é para esse tipo de coisa que existirá.

Mas seus pontos levantados são bastante possíveis de acontecer, até porque... estamos no Brasil...

Eduardo Ferreira disse...

Só para constar, o RH aqui da empresa falou com a gente (estagiários), e ao que parece as coisas de fato serão diferenets. Não para nós que j;a estamos lá desde antes da lei, mas para quem entrar agora, sim. O máximo é realmente 6h. A empresa não deixa mais do que isso. Fora que não haverá mais trabalho de sábado tbm...