sábado, 29 de novembro de 2008
Reagir ou não.
Talvez a notícia nem tenha chegado ao senhor. Pois ela é uma notícia que não interessa à todos, infelizmente.
Dia 21 de novembro aconteceu um incêndio na favela Alba, perto do Aeroporto de Congonhas, aqui em São Paulo. 800 pessoas ficaram desabrigadas e havia comentários da morte de uma menina de 1 ano apenas.
Eu estive alí no sábado, dia seguinte. Participo de um projeto de alfabetização, esporte e lazer pra criançada de lá. O lugar onde utilizamos para realizar as atividades também estava servindo de base para os desabrigados. Havia alí pessoas do governo alocando o pessoal e organizando as doações que chegavam.
Estava dando minha aula pra rapazeada quando dois jovens, um homem e uma menina, me pediram informações sobre onde estavam sendo recebidas as doações. Fiz questão de acompanhá-los. No breve caminho fui puxando um papo com eles. Eles eram de Higienópolis e estavam ali para saber quantas fraldas, alimentos e outras coisas básicas o desabrigados estavam precisando. Eles iam doar o necessário. Aquilo me chamou a atenção. Queria perguntar o porquê daquilo! O que faz dois jovens num sábado, sair de Higienópolis e ir até uma favela para ver se precisavam de doação? Sem contar que logo depois caiu uma chuva nervosa. Infelizmente o caminho era breve demais e o papo não teve continuidade.
Depois de tudo terminado, no caminho de volta para minha casa, voltei a pensar nisso. E convido o senhor a pensar também.
As pessoas sentem a necessidade de fazer o bem. Pelo menos cheguei nessa conclusão. E não digo 'necessidade' pelo objetivo de manter uma imagem, status, não. Alguns colocam esse desejo em prática, outros não. Não sei como essa notícia chegou a esses jovens - e nem perguntei os nomes deles! -, porque na TV não apareceu, não! As vezes as coisas chegam até nós nos dando a oportunidade da fazer o bem. E somos livres. Podemos fingir que não vemos, ou reagir.
Esses dois reagiram. Sorte dos desabrigados. E minha! Que pude ver.
Acho interessante quando famosos fazem doações em alta escala quando acontece catástrofes mundias. Lembro que o Shumacher fez uma tremenda doação para a reconstrução dos locais atingidos pelo tsunami. Quinta-feira mesmo Guga e o Massa fizeram doações em prol dos recentes acontecimentos em Santa Catarina.
Mas não sei. Penso que é mais simples, natural e eficiênte ajudarmos quem está ao nosso redor. "Amar os pobres lá da África é fácil. O cheiro deles não chega até você.", diria um amigo meu. E faz sentido. Há tantas coisas que fazer no nosso bairro mesmo, não é?
Pra finalizar, uma historinha bem curta:
Um dia uma repórter americana quis passar um dia inteiro com Madre Teresa - não se faz necessário apresentação - para ver como era o dia-a-dia dessa mulher.
No final do dia, essa reporter surpreendiado com o cotidiano da madre, diz:
-Madre, não faria isso que a senhora faz nem por U$1 milhão!
-Filha (um sorriso terno no rosto), por U$1 milhão?? Nem eu filha, nem eu!
Um forte abraço! E um ótimo sábado! Tá um dia bonito!
@Thiago Vendramini
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Fenômeno Global
terça-feira, 4 de novembro de 2008
A liberdade de ver os outros
hoje convido-os a leitura de um texto espetacular. Pelo menos ao meu ver. O texto é de David Foster Wallace. Foi o discurso da formatura de sua turma na faculdade. Como é grande (duas páginas e meia no Word), passo o link onde a revista Piauí postou. O título do texto é "A liberdade ver os outros".
O interessante - e fundamental! - é que, aos 46 anos, ele se matou enforcando-se. E justo neste discursso ele fala sobre a morte e sobre o desespero que as pessoas passam pela vida. Mas em nenhum momento falou sobre o dele. Pelo contrário.
Enviei esse texto por e-mail a uma pessoa que amo muito (essas últimas duas palavras poderiam ser dadas com inútil ao post, mas não para mim) e ela me respondeu assim:
"Legal, Tico[um carinhoso apelido que levo há algum tempo].
Tem o grande mérito de ser um alerta para todos. Mas parece que foi mesmo um grito de desespero, de quem passou do ponto e já não podia mais voltar. O suicídio foi anunciado. A Verdade (com V maíusculo) sem a perspectiva da eternidade leva a um beco sem saída, não tem sentido que satisfassa.
Beijos"
'iQue fuerte!', diria algum espanhol.
De fato. Fortíssimo!
Desde que li esse texto, uso-o como apoio, entre outros, para um post (talvez não um post já que, pelo jeito, vai ficar um pouco extenso. Também por isso a minha demora em postar aqui no blog) sobre 'A consciência'. Lendo assim o título "A consciência" pode parecer um pouco sombrio e até assustador (haha), mas não direi nada do que o senhor não saiba.
Mas voltando ao texto de Wallace, transcrevo uma situação colocada por ele. Analisemos. É um pouco extenso, mas, por favor, leiam! Não irão se arrepender.
Você acordou de manhã, foi para seu prestigiado emprego, suou a camisa por nove ou dez horas e, ao final do dia, está cansado, estressado, e tudo que deseja é chegar em casa, comer um bom prato de comida, talvez relaxar por umas horas, e depois ir para cama, porque terá de acordar cedo e fazer tudo de novo. Mas aí lembra que não tem comida na geladeira. Você não teve tempo de fazer compras naquela semana, e agora precisa entrar no carro e ir ao supermercado. Nesse final de dia, o trânsito está uma lástima. Quando você finalmente chega lá, o supermercado está lotado, horrivelmente iluminado com lâmpadas fluorescentes e impregnado de uma música ambiente de matar. É o último lugar do mundo onde você gostaria de estar, mas não dá para entrar e sair rapidinho: é preciso percorrer todos aqueles corredores superiluminados para encontrar o que procura, e manobrar seu carrinho de compras de rodinhas emperradas entre todas aquelas outras pessoas cansadas e apressadas com seus próprios carrinhos de compras. E, claro, há também aqueles idosos que não saem da frente, e as pessoas desnorteadas, e os adolescentes hiperativos que bloqueiam o corredor, e você tem que ranger os dentes, tentar ser educado, e pedir licença para que o deixem passar. Por fim, com todos os suprimentos no carrinho, percebe que, como não há caixas suficientes funcionando, a fila é imensa, o que é absurdo e irritante, mas você não pode descarregar toda a fúria na pobre da caixa que está à beira de um ataque de nervos. De qualquer modo, você acaba chegando à caixa, paga por sua comida e espera até que o cheque ou o cartão seja autenticado pela máquina, e depois ouve um “boa noite, volte sempre” numa voz que tem o som absoluto da morte. Na volta para casa, o trânsito está lento, pesado etc. e tal. É num momento corriqueiro e desprezível como esse que emerge a questão fundamental da escolha. O engarrafamento, os corredores lotados e as longas filas no supermercado me dão tempo de pensar. Se eu não tomar uma decisão consciente sobre como pensar a situação, ficarei irritado cada vez que for comprar comida, porque minha configuração padrão me leva a pensar que situações assim dizem respeito a mim, a minha fome, minha fadiga, meu desejo de chegar logo em casa. Parecerá sempre que as outras pessoas não passam de estorvos. E quem são elas, aliás? Quão repulsiva é a maioria, quão bovinas, e inexpressivas e desumanas parecem ser as da fila da caixa, quão enervantes e rudes as que falam alto nos celulares. Também posso passar o tempo no congestionamento zangado e indignado com todas essas vans, e utilitários e caminhões enormes e estúpidos, bloqueando as pistas, queimando seus imensos tanques de gasolina, egoístas e perdulários. Posso me aborrecer com os adesivos patrióticos ou religiosos, que sempre parecem estar nos automóveis mais potentes, dirigidos pelos motoristas mais feios, desatenciosos e agressivos, que costumam falar no celular enquanto fecham os outros, só para avançar uns 20 metros idiotas no engarrafamento. Ou posso me deter sobre como os filhos dos nossos filhos nos desprezarão por desperdiçarmos todo o combustível do futuro, e provavelmente estragarmos o clima, e quão mal-acostumados e estúpidos e repugnantes todos nós somos, e como tudo isso é simplesmente pavoroso etc. e tal. Se opto conscientemente por seguir essa linha de pensamento, ótimo, muitos de nós somos assim – só que pensar dessa maneira tende a ser tão automático que sequer precisa ser uma opção. Ela deriva da minha configuração padrão. Mas existem outras formas de pensar. Posso, por exemplo, me forçar a aceitar a possibilidade de que os outros na fila do supermercado estão tão entediados e frustrados quanto eu, e, no cômputo geral, algumas dessas pessoas provavelmente têm vidas bem mais difíceis, tediosas ou dolorosas do que eu. Fazer isso é difícil, requer força de vontade e empenho mental. Se vocês forem como eu, alguns dias não conseguirão fazê-lo, ou simplesmente não estarão a fim. Mas, na maioria dos dias, se estiverem atentos o bastante para escolher, poderão preferir olhar melhor para essa mulher gorducha, inexpressiva e estressada que acabou de berrar com a filhinha na fila da caixa. Talvez ela não seja habitualmente assim. Talvez ela tenha passado as três últimas noites em claro, segurando a mão do marido que está morrendo. Ou talvez essa mulher seja a funcionária mal remunerada do Departamento de Trânsito que, ontem mesmo, por meio de um pequeno gesto de bondade burocrática, ajudou algum conhecido seu a resolver um problema insolúvel de documentação.
Claro que nada disso é provável, mas tampouco é impossível. Tudo depende do que vocês queiram levar em conta. Se estiverem automaticamente convictos de conhecerem toda a realidade, vocês, assim como eu, não levarão em conta possibilidades que não sejam inúteis e irritantes. Mas, se vocês aprenderam como pensar, saberão que têm outras opções. Está ao alcance de vocês vivenciarem uma situação “inferno do consumidor” não apenas como significativa, mas como iluminada pela mesma força que acendeu as estrelas.
O bom de pegar textos assim é que eles dispensam comentários. São riquíssimos!
Para quem vive em São Paulo, como eu, não é difícil de imaginar a situação. Eu tenho a mamãe que não deixa a comida faltar, mas o termo "não tem comida na geladeira" pode ser muito bem substituido por "pegar a filha na escola", "passar na casa de um amigo para ajudá-lo a estudar", "comprar pão", "devolver o filme na locadora" e assim vai.
A todo momento somos exigidos de algum modo. Às vezes por coisas simples, outras por grandes dificuldades. O importante é jamais acharmos que somos as vítimas da história e que os outros estão conspirando contra nós.
Sempre achamos que a vida dos outros é moleza e a nossa um osso duro de roer.
Um dia um amigo meu me falou em tom de brincadeira, mas guardei a expressão: "Você só vê as pingas que eu tomo, mas meus capotes não!"
De fato. Pimenta no olho do outro é colírio!
Não tenho muito o que acrescentar ao texto do Wallace, vale a pena ler outra vez. E outra.
Um abraço!
@Thiago Vendramini
terça-feira, 28 de outubro de 2008
A arte vazia
Um abraço, Thiago Vendramini
Antes de mais nada, agradeço o novo espaço para discutir fatos e pensamentos aqui com vocês. Sou leitor assíduo do blog e, sendo o Thiagão leitor do meu, trocamos idéias e inspirações para tentar passar alguma coisa de relevante para nossos leitores. Então vamos lá, linguagem minimamente culta e nada de palavrões, foi o que me pediram. Pois bem, falemos de Arte então!
A 28ª Bienal de São Paulo nem bem começou (Domingo 26/10) e sua característica de “Bienal do Vazio” já foi alvo de ataque de pichadores. A notícia é do Estadão , mas resumidamente, 40 jovens entraram na exposição como visitantes comuns e picharam boa parte do 2° andar da obra de Oscar Niemeyer, que este ano se encontra vazia propositadamente. Não é a primeira vez que uma exposição artística sofre ataques dessa natureza. Liderados por Rafael Guedes Augustaitiz, ex-aluno da escola de Belas Artes de São Paulo (acaba de ser expulso), o grupo de estudantes já havia protestado em forma de piche na própria faculdade de Belas Artes e na Galeria Choque Cultural. À primeira vista, o ato de vandalismo pode chocar, porém a atitude foi aplaudida nas três vezes que o grupo agiu. Não acho que o vandalismo seja a melhor forma de protesto, mas, porque diabos tinham que deixar um andar inteiro do prédio que recebe a semana mais importante da Arte no Brasil inteiramente vazio?? Isso passa a nítida impressão que não se criam formas relevantes de expressões artísticas suficientes para esgotar a capacidade do local. Será verdade?? Será que atingimos um nível de ignorância tão assustador assim? O grupo de pichadores quer nos mostrar que não! Quer nos mostrar que a criação artística está aí inserida na sociedade e que a administração da Bienal não foi competente para descobri-la. A função da Bienal não é consolidar artistas já consagrados, é sim apresentar para os visitantes o que há de mais novo, as vertentes mais recentes das propostas de vanguarda.
Visitarei a Bienal sim, e com certeza o 2° andar será o que disponibilizarei mais interesse, não porque considere o piche uma forma bela de arte, mas porque ali está o estado bruto do protesto de todo uma comunidade artística que ainda busca seu espaço, que nada mais é (ou deveria ser) do que a idéia inicial e central da Bienal de São Paulo. Mesmo que não concorde comigo, não deixe de visitar a Bienal, é um dos poucos eventos culturais gratuitos que é divulgado aqui em São Paulo. O evento começou dia 26 de Outubro e vai até dia 6 de Dezembro, de terça a domingo das 10h até ás 22h, no Pavilhão da Bienal no Ibirapuera. È um daqueles acontecimentos que desperta o interesse das pessoas a buscarem maior aproximação com a Cultura e as diversas formas de Arte (não só a cada dois anos).
Se pesquisar um pouco vai ver que São Paulo é um turbilhão de Artistas e Criadores, totalmente acessíveis o ano inteiro, apresentando trabalhos de extrema qualidade. Uma ajuda para você iniciar sua pesquisa: http://www.catracalivre.com.br/. Quase tudo de graça, espalhados por toda a cidade. E a Bienal com um andar inteiro vazio......
@Paulo Augusto
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Moradores de rua também são gente

Nosso co-redator, Thiago Vendramini, e colegas seus criaram um projeto bastante interessante e inusitado para lidar com o problema da exclusão social. Trata-se de sempre que deparar com um mendigo na rua, reservar alguns minutos para conversar com ele. Sim, simples assim, conversar! Instigante não? Mas onde está a grandiosidade nesse ato? Ou qualquer pequeno mérito que seja? Hum, não é difícil achar...
O indigente é visto pela sociedade como um problema. Ele é o problema. Onde podemos verificar isso é na ação de determinado prefeito de São Paulo para impedir que moradores de rua dormissem debaixo do viaduto que dá acesso à Av. Paulista vindo da Dr. Arnaldo: chapiscou o piso para tornar incômoda sua soneca. O que se tira disso daí? Que além de ser o problema, este problema é jogado de lado via medidas inconsistentes, que não apenas nada resolvem, como demonstram a desumanização a que estes homens estão sujeitos (sim! são homens!). Não são cidadãos, não têm o direito nem de permanecer onde lhes apetece (ou onde lhes sobra lugar). E o fato de não serem cidadãos e não votarem, não há planejamento algum para eles, pois não rendem votos.
Essa desumanização chega a tal ponto que não são mais atores no teatro da vida, mas mera parte do cenário, usados de forma caricaturesca ou descartados como sujeira do "stage" (afinal, mendigos não combinam com a paisagem da Av. Paulista, coração econômico do Brasil!).
Essa atitude desse grupo de jovens não é nada senão re-humanizar esses homens, dar-lhes de novo, ao menos por alguns momentos, o direito a ter uma história, uma vida, opinião, voz, sentimentos... A ser gente de novo. E, devo dizer, talvez seja isso que eles mais necessitem, pois enquanto rejeito humano, o que os impeliria de alguma forma a tentar reverter sua situação, se a sociedade a qual estão inseridos não os quer e nem ao menos notam sua presença?
Poderia contar alguns fatos que já me aconteceram u enumerar atos de vandalismo da sociedade para com estes, mas é dispensável, afinal todos já tivemos experiêcias sobre o assunto. Termino linkando algumas reportagens sobre o tema (BBC, Google Books esse eu ainda não li, mas me chamou a atenção... Talvez valha a pena, MNCMR, G1) e espero que o leitor leve-as em consideração no seu próximo café. Que este seja na presença de um amigo seu da rua, numa breve e amigável conversa.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
O Caso Eloá
Não queria escrever sobre esse assunto. Aliás, não quero!
Mas depois que entrei no blog de um grande amigo, na verdade primo, vi que como o intuito deste blog é falarmos sobre coisas importante que acontessem na semana, vi que era obrigação, minha e do Edu, de falarmos sobre este assunto.
Mas falar o quê? "Nossa que triste!"?. Acho que é pouco e um tanto quanto simples.
Então, o quê? "É, onde estamos chegando?!?!"?. Também não.
Enfim, o quê???
Interessante o enfoque do Paulo no seu blog. Analisou o papel da mídia nesse assunto. Mas não sei. Algo me diz que eu (permitam-me) deveria ter outro enfoque. Mas qual?
Tentar entender o sequestrador? Difícil.
Tentar explicar o que passa na cabeça de uma menina para começar a namorar aos 12, 13 anos? Não é a minha área.
Então o quê?? (desculpem a insistência, mas não preparei o post, escrevo diretamente o que vêem a minha cabeça)
Criticar a ação do GATE? Creio que isso não é analisar a raiz do problema principal, o sequestro.
Simplesmente descrever o decorrer dos acontecimentos? E me esquivar de uma análise? A final, o nome do blog começa com fatos. É, meu amigo, mas logo depois vêm pensamento. E é isso me que faz parar e escrever algumas reflexões aqui. Então vamos lá.
Mas lá onde? O que eu vou falar? O que o senhor(a) falaria?
Afinal, sempre falamos palavras bonitas, reflexões profundas. Mas será que falamos com sinceridade?
Hoje foi a Eloá, ontem a Isabela, anteontem o João Hélio. E as coisas vão. Não param. Todos esses acontecimentos com certeza têm a mesma raiz, não é verdade? Nós tiramos a vida dos outros (quando digo nós me refirmo a sociedade, porque, querendo ou não, participamos desses fatos) e sempre temos justificativas: amor, stress, ódio, incompreensão, ingratidão. Como se esses substantivos nos dessem poder para tirar a vida de alguém, ou privar alguém da liberdade.
Amor.... Amor! O que leva um sujeito a matar alguém por amor?
Talvez o meu papel aqui hoje não seja transmitir uma idéia, e sim fazer o senhor formular uma idéia. Longe de mim dizer que o senhor não tenha opinião própria. Longe. Mas vamos tentar ter uma idéia diferente hoje? Vamos tentar não julgar o Lindemberg, nem o GATE, nem a Eloá, nem a PM, nem a justiça brasileira, nem o Serra, nem o Lula! Vamos achar a raíz desse problema - que está em nós! Ou pelo menos tentar!
Topa?
Abraços
@Thiago Vendramini
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Pelo bem do jantar
eu sei que o momento é mais propício para falarmos da crise mundial, dos pacotes assinados esses dias pelos bancos europeus, pela alta do ibovespa, do segundo turno das eleições municipais, do prêmio Cervantes ganhado pelo Lula, mas, convido-os para uma notícia que, à primeira vista, nos parece irrelevante frente às outras citadas, mas que no fundo nos trará uma paz que nos é devida e que há muito tempo somos privados. Quero falar dos call-centers, o famoso telemarketing.
A nova lei, extremamente rígida mas corretamente justa, foi assinada pelo nosso presidente Luis Inácio no dia 31 de julho e passarão a valer a partir do dia 1° de dezembro para os setores de telefonia, aviação civil, energia, bancos, transportes terrestres e planos de saúde.
Um breve resuminho das mudanças (retirado da matéria do site do Estadão de hoje):
- Cancelamento: O consumidor deve ter a opção de cancelar imediatamente o serviço;
- Prazo: Qualquer demanda deve ter resposta no prazo de cinco dias úteis;
- Concentração: Deve haver um canal único de atendimento para todos os serviços ou pacote de serviços oferecidos;
- Período: O atendimento por telefone deve funcionar 24 horas, sete dias por semana;
- Opção: O menu eletrônico de atendimento deve dar, logo no início, a opção de falar com um atendente;
- Contato: Prazo máximo de 60 segundos para contato direto com um atendente.
Com certeza o senhor ou a senhora já presenciou essa cena: Todos sentamos para comer aquele jantar prerado com amor, a esposa querendo saber como foi o dia do marido, o filho contando como foi o trabalho, a caçula contando como foi o recreio na escola, aquele clima bem familiar. De repente o telefone toca. O maridão levanta e atende. O papo na mesa continua, mas logo é interrompido porque todos olham estranhados para o pai no telefone que responde nervoso ao telefone: "Não, eu não quero mais um cartão", "Eu sei, mas eu já não pagou anuidade. Sem contar que vocês falam que não pagam mas sempre vem uma taxazinha, sim!". Ou então: "Não me interessa, eu quase não faço DDD", ou "Eu já tenho mensagens grátis", "Eu não vou assinar um contrato de dois anos só para ganhar um celular novo", "Quantas vezes eu tenho que falar que não me interessa!?!?!?". E o pai desliga o telefone. Muitas vezes na cara do sujeito - que, pensaremos mais a frente, é o menos culpado da história - e volta para mesa com a cara fechada. Pronto. Na mesa não há mais diálogo. E se há, é pra xingar o operador ou a empresa. E todos querem terminar logo a comida para poderem trocar de ar, seja com a novelinha, seja com a internet.
Aquele cara não tinha direito de te ligar! De onde ele tinha seu telefone e nome? Ué, porque se foi do banco que você já tem conta, eles já deveriam saber que você já tem cartão, ou qualquer outro produto/serviço. Se foi de outro, como eles conseguiram informações?
Vamos pensar agora na pessoa do outro lado da linha. Um sujeito que está ou no Ensino Médio ou nos primeiros anos de faculdade (aqui, geralmente de ADM, Secretariado ou Economia) que, por algum motivo necessitam de um emprego rápido. Seja por necessidade de ajudar com a economia da casa, seja pelo simples fato de querer trabalhar. Ele deve trabalhar no máximo 6 horas por dia, mais do que isso ele não aguenta (considerando um operador ativo e passivo). Recebe um fixo baixo, e suas esperanças de um bom rendimento no final do mês estão na comissão das vendas. Eles trabalham com metas. Se não as alcança por dois meses seguidos, rua! Se consegue alcançá-las por um bom tempo, seu fixo aumenta 'x' e sua meta '2x'. Resumindo, quanto mais vende mais terá que vender. Algumas empresas chamam de "oportunidade para pessoas que dificilmente teriam em outros setores", outras empresas chamam - não publicamente, claro - de "mão-de-obra barata".
E por que eles sempre ligam nos horário mais incovenientes, como almoço e jantar? Porque é mais fácil de encontrar os donos da grana em casa.
E isso se tornou comum no nosso dia-a-dia. Já faz parte da nossa rotina. Até já inventamos respostas para terminar a ligação sem contranger o rapaz. "Nós acabamos de fechar com outra empresa, desculpa, viu!?!?" Até já pedimos desculpa!!!, ou "Thiago? Não existe nenhum Thiago aqui!", "Alo?, Alo?, Não estou ouvindo!", e desligamos. E é claro que se o telefone tocar de novo, não atenderemos.
Existe um video no youtube - sarcástico -,onde o comediante Fábio Porchat (além do link, segue no final do post) nos dá instruções do que fazer quando alguém te liga oferencedo um produto, ou quando você liga querendo cancelar um serviço e eles começam com aquele blá-blá-blá sem fim. Claro que não devemos nos comportar assim, afinal o cara do outro lado da linha poderia ser nós mesmos, mas vale a pena dar uma olhadinha, é muito bem elaborado.
Bom, esse foi um post mais de desabafo do que informartivo mesmo, me desculpem.
Uma ótima tarde, noite ou dia!
E permaneçam na linha que o o operador do "Abraço!" está ocupado, e não poderá estar atendendo agora......
(musiquinha).......................
Só mais alguns segundos, senhor.....
(mesma musiquinha)..........
Abraço!
@Thiago Vendramini
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Estagiário virou gente
"QUEM PODE
Poderão estagiar alunos dos ensinos Superior, Médio, Médio Técnico, Educação Especial e dos anos finais do Fundamental (na modalidade profissional da educação de jovens e adultos) " >> isso já acontecia, sem grandes mudanças...
"JORNADA
Os estágios devem ter, no máximo, 6 horas diárias e 30 semanais, exceção para os alunos da Educação Especial e dos anos finais do Ensino Fundamental, que não poderão ultrapassar 4 horas diárias e 20 horas semanais" >> ah, sim! Belas mudanças! Cansei de ver estagiários ultrapassando e muito as 8h de trabalhos habituais, e sem ganhar a mais, resultando num curso universitário sendo levado com a barriga. Com essa redução de jornada, muita coisa melhorará, inclusive qualidade de profissionais no mercado, ânimo do estagiário para trabalhar, melhor aproveitamento do curso superior, maior número de projetos paralelos ao trabalho e à universidade para enriquecer o estudante, e muitas mais coisas...
"PROJETO PEDAGÓGICO
As instituições de ensino terão que enviar ao Ministério da Educação seus projetos pedagógicos. Se não constar a necessidade de estágio, os estudantes não poderão ser contratados. “Essa é uma preocupação para nós. Se o estágio não constar no projeto pedagógico, seus alunos perderão o direito a estagiar”, destaca Seme" >> Esse é um ponto interessante. Embora muita gente perderá o direito, acabará por forçar a instituição a incluir um plano de estágio.
Mas ao mesmo tempo, há o lado do programa de ensino que não prevê estágio para que o estudante consiga se dedicar exclusivamente ao curso, conseguindo o máximo de sua formação universitária, para depois, no mercado, já estar com uma qualificação teórica e prática bastante equilibrada, diferente de muitos profissionais de mercado que conhecem as "manhas", mas ignoram os conceitos, o que fecha um circulo vicioso de falta de inovação, repetição de mecanismos muitas vezes falhos, não questionamento da profissão e seus limites, etc... O que acontece é que mesmo em cursos assim, há estudantes que necessitam trabalhar para ajudar em casa ou sustentar os próprios estudos... E aí é que está o problema... Enfim, são dois pontos a serem pensados.
"BOLSA-AUXÍLIO
Nos estágios não-obrigatórios, o estudante vai receber uma bolsa-auxílio. Durante o período de férias, ela continuará a ser pagaFÉRIAS Após um ano de estágio, o estudante terá direito a tirar 30 dias de férias " >> A bolsa auxílio é algo comum, embora ainda existam empresas sanguessugas que não a empregassem. No entanto, nesse caso aqui, o que mais chama a atenção são os 30 dias de férias. Isso sim é um luxo! E o site ainda acrescenta: "Ao completar um ano estagiando, o aluno terá direito a 30 dias de férias. E a preferência é que sejam tiradas no período do recesso escolar. " (itálico por minha conta).
"PROFISSIONAL LIBERAL
Com a nova lei, profissionais liberais de Nível Superior (com registro nos conselhos regionais), como advogados, engenheiros e outros, também vão poder contar com estudantes na empresa " >> mais um buraco de mercado preenchido. As coisas estão de fato melhorando...
Aqui, link do site Administradores.com.br e da Band para mais dois textos sobre a nova lei.
Mas uma coisa... Será que a tradição de o estagiário fazer e servir cafezinho será quebrada?...
Bom, uma tirinha bacana para alegrar e ensinar alguns macetes aos estagiários que frequentam esse blog enquanto o chefe não olha...

@Eduardo Kasparevicis
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
O Brasil hoje: educação
Numericamente, tivemos uma diminuição de 0,5% na taxa de estudantes com mais de quatro anos de idade. Além disso, nos diz que 10% da nossa população (considerando os maiores de 15 anos) é analfabeta. Esse índice nos deixa atrás de Perú, Paraguai, Bolívia e, o super desenvolvido, Suriname.
A análise de um país geralmente é feita por bases simplesmente econômicas. O Brasil tem o famoso Investment Grade, nossa economia cresce, “não seremos afetados pela crise imobiliária americana”, somos colocados no mesmo patamar de China e Índia, temos petróleo para dar e vender (mais vender do que dar, claro), e muito mais coisas, mas o brasileiro não sabe ler.
Devemos rever esse conceito de “ensino continuado”, onde nas escolas públicas não se pode reprovar um aluno (exceto por falta), mesmo não sendo aprovado nas matérias. Um amigo meu – que por acaso estuda em uma escola pública – chama de “ensino avacalhado”. Não acredito que ele tenha exagerado, não.
Bom, considerando que o nosso presidente não tem diploma, difícil exigir alguma coisa mais rigorosa na educação brasileira. Embora quem tenha a fama de enfraquecer a educação seja o PSDB, e não o PT.
Tenho o privilégio de participar de um projeto social, todos os sábados, e uma das atividades é reforço escolar. Anteontem fui dar uma ajudinha de português pra “rapaziada”. Fiz um ditado. A frase era: ‘Ontem fez sol, hoje está chovendo e amanhã vai estar nublado’. 20 minutos de aula e ninguém acertou. Há garotos ali com mais de 13 anos. É uma realidade que sabemos que existe, mas dificilmente paramos para pensar.
Bom, pelo menos paramos um pouquinho agora.
@Thiago Vendramini
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Um balanço sobre o Brasil de hoje

quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Uma crônica das Para-Olimpíadas: Fim
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Uma crônica das Para-Olimpíadas

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Uma crônica das Olimpíadas IV - Alegria Olímpica
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Uma crônica das Olimpíadas III - Medalhista X Vencedor

É uma pena que nem todos aprendem o espírito olímpico, não é verdade?!
O lutador suéco Ara Abrahamian é um exemplo. Após ganhar a medalha de bronze, indignado com a decisão dos juízes, joga a medalha no chão, em sinal de revolta.
Enquanto isso, outros esportistas que fazem das Olimpíadas um cenário de espetáculos, vibram com oitavo, nono, vigésimo lugar. É a diferença entre um medalhista e um vencedor, plagiando um apresentador do SportTV.
E a nossa ginástica Olímpica? Um oitavo lugar inédito! Revolta? Injustiça? Não, uma promessa de uma próxima Olimpíada melhor. Essas não são medalhistas, mas são vencedoras.
Um breve post, mas com boas reflexiões, não?
Até a próxima!
@Thiago Vendramini
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Uma crônica das Olimpíadas II - O lado negro da força

terça-feira, 12 de agosto de 2008
Uma crônica das Olimpíadas

Bom, o tema do post não poderia ser outro.
O leitor teve o prazer de ver o desfile de abertura? Eu assisti uma parte só. Estava em aula. No intervalo tive alguns minutos e fui conferir. Tive a sorte de pegar o final do "show" e o começo da entrada das delegações.
Com certeza o leitor já ouviu aquele chavão: "o esporte une as nações". Bom, é meio domodê, mas é a mais pura verdade.
Os chineses aplaudindo os coreanos é demais. Incrível! Aplaudindo Hong Kong. Sensacional. Aplaudindo os Estados Unidos. Inesperado. O esporte é excencial para a paz mundial.
Pena que o horários das competições para nós é um pouco (muito) ruim. Lembro que a época do Pan era excelente. Ligávamos a TV à tarde e estava passando alguma competição. Agora é só na madruga.
O esporte proporciona imagens lindas. Eu fico pasmado com a ginástica olímpica. É fisicamente impossível o que eles fazem! hahaha
E o Phelps? Uma máquina.
É muito cedo pra fazer uma análise das Olimpíadas, mas as espectativas são grandes. Cada 4 anos as competições ficam mais duras. Quem ganha com isso somos nós, que presenciamos imagem inesquecíveis.
Viva à aqueles que fazem do esporte sobrevivencia e espetáculo!
@Thiago Vendramini
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Eleições 2008

sábado, 19 de julho de 2008
Jogo: o que falta nesta noticia?
Motorista supostamente bêbado bate com Porsche em SP
Acidente ocorreu no Jardim Paulista, no cruzamento da Alameda Lorena com a Rua Pe. João Manoel
Elvis Pereira - estadao.com.br
SÃO PAULO - Um motorista, supostamente bêbado, atingiu com um Porsche dois veículos no cruzamento da Alameda Lorena com a Rua Padre João Manoel, no Jardim Paulista, zona oeste de São Paulo, na noite desta sexta-feira, 18. O caso está sendo registrado no 78.º Distrito Policial.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Lei Seca - Parte II

Essa lei está dando o que falar.
Está estragando a festinha de muito jovens, muitos happy hours de marmanjoes e muitos jantares de negocio.
Mas está salvando vidas. Pelo menos o números dizem.
Eu, particularmente, sou completamente a favor da lei. Lógico que eu adoro uma cervijinha, uma caiprinha, um whiskyzinho com os amigos. Mas quando a vida de outras pessoas que nao têm nada a ver com história estao em jogo, o papo é outro.
É lógico que rapidamente essa lei já virou caso de máfia. A multa é de R$900, se nao me engano. O que quinhentinhos no aperto de mao nao faz, né?
Generalizei, claro. Mas nao é muito raro, nao.
O que me dá medo é ter que ouvir o que eu ouvi no noticiario da RecordNews esses dias.
"O Brasil mostra que quando se trata de álcool, a fiscalizaçao é forte".
Calma, calma. Nao nos precipitemos.
É nesse mesmo Brasil que qualquer muleque (esse termo referente à idade, sem conotacoes maldosas) de 15 anos bebe cerveja quando e onde ele quiser. É nesse mesmo Brasil que há festas com álcool e mais álcool, e nao tem ninguém pra controlar.
Sem precipitacoes. A finalidade da lei é boa. Se é constitucional ou nao, eu nao sei. Mas do momento que salva vidas, pra mim vale.
Claro que o "o,1" é um exagero. Que é pra alimentar o sistema. Alguém aí chamou de CPMF do transito. Mas, melhor assim.
Quando sair, sempre vale aquela história que cada vez um nao bebe. E esse que nao bebe, dirige. Me parece prudente e legal, segundo a nova lei.
Abraço.
@Thiago Vendramini
terça-feira, 15 de julho de 2008
Lei Seca

terça-feira, 8 de julho de 2008
"Descolonização"

sexta-feira, 4 de julho de 2008
Liberdade!
Como todos sabem, Ingrid Bittencourt e mais outras pessoal foram, finalmente, libertadas pelos guerrilheiros da Força Armada Revolucionária Colombiana (FARC). Ingrid, a mais famosa dos reféns, esteve presa no cativeiro por mais de 6 anos. Conhecida por ser radicalmente contra as FARCs, já enfrentou de frente ao principal representande das FARCs. "Chega de sequestros", dizia diretamente ao guerrilheiro máximo do grupo. "A violencia de vocês ainda destruirá a Colombia", completava. Dez dias depois disso foi sequestrada.
Abaixo, segue uma traduçao bem superficial das palavras de um âncora de um telejornal aqui na Espanha, que me agrada muito.
"Boa noite,
é uma história extraordinaria, um dia feliz.[...] Eu disse que hoje é um dia de alegria, de emociones e de imagens de impacto. E como era de esperar, também de um rápido aproveitamento político. A força mediática de Ingrid Bitteoncourt e o interesse demonstrado pela Europa no caso, também foi convertido em um símbolo. De forma que ao ser resgatada pela brilhante açao do exército colombiano, Ingrid deixou de ser, por fim, livre depois de 6 anos de horror e passou a ser um instrumento que com que vao fabricar as mais variadas “figurinhas” de qualquer interesse político. Saltaram a vista alguns analístas, e antes que tivéssemos tempo de pensar já nos chegavam idéias de como resolver algumas das maiores interrogaçoes dos nossos tempos: desde a forma de atuar frente ao terrorismo até a maneira de nos enfrentar com a complexidade da América Latina.[...] Todos os esquerdismos latino-americanos sao um fracasso, diziam. A verdade do continente está em Uribe, diziam. O diálogo com os terroristas jamais, diziam. Tenhamos cuidado. Muitas vezes os exitos têm nublado a vista, e sempre que isso acontece, o pensamento reacionário tem tirado vantagem.
Hojé é o dia de saudarmos a vida e a liberdade, e de abominar a violencia. De felicitar ao governo de Colombia, e de certificar as debilidades das FARCs.[...]"
(Iñaki Gabilondo, Notícias Cuatro)
Para quem tem um espanhol razoável, vale a pena ver. Quem nao tem, também:
Abraços, e viva à vida!
@Thiago Vendramini
sábado, 14 de junho de 2008
É ou nao é?

Bom, depois de 3 semanas sem postar, estamos aqui de novo.
Mensagem rapidinha.....
Eleiçoes nos Estado Unidos. ("Poutz, papo chato", pensou o leitor. Talvez).
Calma, calma. Nao vou falar sobre a economia dos EUA, nem da história política deles.
Eu estava pensando: Po, os EUA é o país mais democratico do mundo.
Nao acham?
Pensem: lá, o melhor rapper é branco! (Eminen)
E mais: o melhor golfista é negro! (Tiger Woods)
Sensacional isso.
Aposto que os senhores nunca tinham visto por esse prisma. Acertei?
Históricamente o rap era elaborado e feito por negros, por se tratar de músicas de protesto contra as diferenças sociais.
E o golf.....o golf é um esporte de elite! Quando alguém na história iria imaginar um negro jogando golf!?!??
Sao os ares da democracia!
Mas será que democracia é isso?
@Thiago Vendramini
sexta-feira, 23 de maio de 2008
O Fato que nao aconteceu

quarta-feira, 21 de maio de 2008
Xenofobia e a Copa do Mundo

O G1 dá um panorama bastante completo sobre tudo que acontece, diferente do Estadão.com que demora em atualizar suas reportagens sobre o assunto. Este, entretanto, é o único a não mencionar a copa do mundo em sua reportagem...
Achei engraçado isso... Ok, normalmente se mencionam dados econômicos em reportagens de massacres, desastres, etc... Já conhecemos a dureza humana frente a fatos distantes... Mas num "rebú" desses conseguir se lembrar da copa do mundo? Dedicar poucos parágrafos para falar sobre a política social do país que causaram os problemas para acrescentar alguns sobre a importantíssima Copa do Mundo que acontecerá no país daqui a um bom tempo? Isso mostra claramente onde está a cabeça do nosso povo... Depois a religião é que é o ópio do povo...
Depois de postar sobre o assunto, resolvi verificar se o problema com a copa do mundo era só nosso... e de fato! Nem o jornal El País, nem a CNN americana tocaram no importantíssimo assunto... que descuidados não!?
@Eduardo Kasparevicis
quinta-feira, 8 de maio de 2008
O Homem X A Natureza

terça-feira, 6 de maio de 2008
Ameaça à Justiça
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terça-feira, 29 de abril de 2008
A Escória Humana

segunda-feira, 28 de abril de 2008
Quando dados re-explicam a verdade

"Foram pesquisados os hábitos alimentares de 740 britânicas grávidas pela primeira vez. Todas só descobriram o sexo dos filhos no parto. Segundo o estudo, 56% das mulheres com dietas altamente calóricas tiveram meninos, o que aconteceu com apenas 45% das que consumiam poucas calorias".
Interessante, não? 760 mulheres na pesquisa... 45%... 56%... Que coisa! Não parece uma margem um tanto quanto... pequena de pesquisa para uma afirmação tão... forte quanto essa? E esse diferencial de potencial, para um número tão reduzído de "cobaias" não é realmente significativo, é? Apenas minha humilde opinião...Certo... E que tem a ver com o assunto do blog? Elementar... Manipulação de opinião pública! Como assim? Ora, a chamada deixa tudo bem claro, e o ser humano que resolver ler, para não simplesmente assumir a opinião apenas pelo título, lerá na maioria dos casos até a metade, e perderá esse detalhe. E todos sairão por aí reafirmando a pesquisa. E quem duvida que esse assunto não se restringe apenas a bobeirinhas desse tipo? Certamente que pesquisa política é a mesma coisa, opiniões sobre células tronco, sobre premiações,... sobre qualquer assunto! É muito facil manipular pessoas! Vide reportagem acima!
sábado, 26 de abril de 2008
E mais um dia se passa......

O fato é que nao podemos ficar somente no "sentir pena". E nao me refiro só ao caso dos monges do Tibet. Entra nessa o caso Isabella, o caso FARC, o caso dengue, o caso cartao corporativo, o caso (pela terceira vez) Law Kin Chong, Hamas e Israel, e mais outros milhoes de casos, que o senhor mesmo poderia citar.
O que quero dizer com essas palavras, e com esse breve tempo que estou roubado do seu dia, é que essas coisas nunca vao parar de acontecer se apenas ficamos no "Caramba, que mundo injusto!". Porque há corrupçao em todos os mandatos? Porque hoje em dia nao há uma manifestaçao em massa, que realmente mova a populaçao, que abale o nosso país. Os caras pintadas (muitos deles podem estar lendo isso agora!) fizeram diferença! Alguém duvida disso??
Infelizmente, há pessoas que roubaram muito dinheiro da populaçao, e que foram reeleitas. Nao preciso dizer nenhum nome. O leitor é sábio. E há pessoas que nao têm nenhum senso político, que dedicaram sua vida interia à musica ou a televisao, e que foram eleitas. Novamente nao há necessidade de nomes. Com essas pessoas lá, o senhor tem esperanças de melhorias?
Bom, mas mudando de foco, por que, afinal, esse blog nao tem característica política, devemos ter esse desejo de realmente se interessar por essas notícias, se comover (nao digo chorar e sair gritando pelas ruas anunciando o fim do mundo) e ver que se nao fizermos (você e eu) uma manifestaçao séria e de expressao, nao tardará muito para acontecer a mesma coisa ou coisa pior.
A internet tem uma força incalculável. Devemos usá-la como uma "arma" para conscientizar as pessoas desses fatos. Ou de outros que nao aparece nos meio de comunicaçao.
Você já mandou um e-mail para algum deputado ou vereador? Façam esse teste. Reclamem de alguma coisa, ou elogiem, por que nao? Isso faz muita diferença.
Um conhecido, que é colunista do Estadao, um dia me disse que o valor de uma carta de algum leitor enviada à direçao do jornal é enorme. Porque naquela carta tem as idéias de outras milhoes de pessoas. E isso vale muito!
Combinemos ou coisa: antes de encerrar o seu trabalho hoje, mande um e-mail para algum deputado ou vereador. De preferência para aquele em quem o senhor votou. Pode ser?
@Thiago Vendramini
sábado, 12 de abril de 2008
¡Bienvenidos al siglo 21!

É isso que dá vontade de dizer à Raul Castro e mais ainda para Fidel Castro. Nesses últimos dias o mais novo Presidente de Cuba - lei-se ditador-, Raul Castro, anunciou novas regras e leis que com certeza vao mudar radicalmente a vida de todos os cubanos. Para quem nao está a par dos fatos deve estar imaginando leis totalmente liberais e "revolucionárias" como liberalizaçao de uso de drogas, casamentos homossexuais, ou qualquer outra coisa que se imagina nessas horas. Mas nao. Acreditem, essas novas leis permitem que os cidadaos (permitam-me reescrever essa palavra usando aspas) "cidadaos" tenham celulares, eletrodomésticos (!), DVDs e computadores.
E mais: as terras estatais ociosas (aquelas que ninguém usa porque nao cresce nada) serao vendidas ao setor privado para serem usadas na produçao de alimentos, café e fumo.
E no dia 3 desse mês, Raul anunciou a criaçao do primeiro canal de televisao com conteúdo extrangeiro. Até o momento, Cuba tinha 5 canais de TV, os cinco controlado pelo Estado, além de 3 canais chineses.
Um desses canais cubanos costumava passar alguns filmes americanos. Mas pasmem: eram filmes piratas, afirma o jornal espanhol El País.
E Raul Castro afirma que ainda há mudanças a fazer. Seu principal discurso depois de seu irmao lhe ter passado o poder foi acabar com os "excessos de proibiçao". Por enquanto está cumprindo. Vamos ver até onde.
Ah!, Bem-vindos ao século 21!
Thiago Vendramini
OBS:Desculpem-me pela falta de acentuaçao, o teclado espanhol nao tem o til.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Queimando Vidas

Outra reportagem do Estado nos elucida um pouco a esse respeito. "Áreas de desmatamento têm maior índice de homicídios" é o título. Logicamente, ambos assuntos não se encontram de todo distantes. Onde há mais desmatamento, há menos fiscalização, e onde há menos fiscalização, há menos mãos do governo. Onde há menos mãos do governo, há mais "Valentões Donos da Rua" atuando. E a chance de esses "valentões" estarem ligados intimamente com a origem das queimadas é, digamos, grande. Havendo mais valentões, menos governo, existem menos multas aplicadas, e menos multas cobrada. Se multas acabam aplicadas ou cobradas, ou denuncias feitas, bom... cabeças rolam!
Bom... Nessa semana, com os dois estudos que já sairam a respeito de desmatamento e violência, temos um mapa bastante grande das áreas onde se deve atuar com maior urgência, contendo avanço de ambos problemas: da plantinha que vira carvão, e do valentão que queima plantinha.
@ Eduardo Kasparevicis
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
O Mapa da Violência

Ao longo da pesquisa, nota-se que esses tais 10% são municípios de grande porte (em termos de população), porque abrigam mais de 40% dos nossos habitantes.
Para matar a curiosidade do leitor, a cidade mais violenta não está nem no Rio de Janeiro e muito menos em São Paulo. Coronel Sapucaia, Mato Grosso do Sul, ganhou o 'troféu de latão'. Explicação: mesmo com apenas 13 homicídio registrados, devido a sua pequena população (14,6 mil habitantes), a cidadezinha fica no topo do Ranking como a mior média de homicídio por habitantes. A única capital que aparece no Top 10 é o Recife, Pernambuco.
Se for considerado homicídios por número absoluto, São Paulo lidera, sendo seguida pelo Rio de Janeiro e Recife.
Essa mesma pesquisa nos mostra que a morte entre os jovens (de 15 a 24 anos), cresceu 31,3% nos últimos dez anos. As principais causas foram as armas de fogo e a violência no trânsito.
Ao saber da pesquisa, o nosso secretário-executivo do Ministério da Justiça falou: "Os números são altos, mas reflete uma preocupação porque coloca a questão da Segurança Pública entre as prioridades", e ainda lembrou que R$41,5 milhões serão destinados à 99 municípios, que deverão ser investidos na segurança.
Engraçado, porque se espera chegar nesse nível de violência para se investir. E outra, se são 10% de munícipios, considerando que no Brasil existem 5.564 municípios, os 10% correspondem a 556 cidades. O leitor já deve ter entendido o meu raciocínio.
Impotante: Os números utilizados na pesquisa são de 2006.
Agora, um fato pitoresco da pesquisa. Foi excluido da pesquisa o Distrito Federal, por não possuir uma malha municipal. Mas, o leitor terá de concordar: é lá onde está a maior média de violência do nosso País. não física, mas sim moral. Alguém discorda?
@Thiago Vendramini
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Sistema penitenciário sob Vigia
A Folha, no entanto, em seu artigo sobre livro que trata do assunto, nos recorda de um ponto a

Há um ponto de união entre as duas reportagens: o aparente esgotamento desse tipo de sistema regenerativo, o que aparece em outros países, como,citado pela folha, os Estados Unidos. Não valeria repensar o modo como se trata o crime no nosso país, não aliviando para o lado dos bandidos, mas colocando-os em seu lugar. Na hora que entra, e na hora que sai. Sugestões? Confesso que esse assunto não se havia apresentado para mim antes de agora... É pesaroso admitir, mas o colocava como secundário... E ainda não pensei em resposta... Bom... Sugestões?
@Eduardo Kasparevicis
domingo, 27 de janeiro de 2008
O Caso Quênia

O caso explodiu mesmo no dia 27 de dezembro, com a divulgação do resultado das eleições. A Comissão Eleitoral deu a vitória ao presidente, Mwai Kibaki, reeleito para um segundo mandato de cinco anos. No entanto, o principal candidato de oposição, Raila Odinga, contestou o resultado e afirma que houve fraude.
Mas é fundamental para um bom entendimento do caso, saber a história (recente, caro leitor, sem sessão nostalgia) do Quênia e de todos os últimos acontecimentos que marcaram a sociedade queniana.
Kibaki foi eleito pelo primeira vez em 2002, em eleições consideradas limpas e justas, diferentemente das anteriores. O carro-chefe da campanha de Kibaki foi a proposta de mudança, principalmente porque colocaria um fim nos 40 anos de domínio do partido Kanu.
Daniel Moi (o presidente até 2002) aceitou deixar o cargo, após governar por 24 anos.
Uma característica muito forte no processo eleitoral no Quênia, é o aspecto étnico. Toda uma etnia vota em determinado candidato, não há tanta diversidade (leia-se liberdade) de opiniões dentro de um etnia.
Tendo isso em vista, podemos agora ver os fatos atuais com um pouco mais de critério:
- A oposição pede uma nova eleição, e que nesse intervalo de tempo um governo provisório atuasse no País;
- Para tentar controlar a onda de violência, Kibaki sugere à Odinga a formação de um governo de unificação com a oposição. Odinga - obviamente- rejeita;
- Kibaki nomeia novos parlamentares. No dia da posse dos mesmos, há um grande tumulto devido a escolha do Presidente do Parlamento. O Parlamentares querem voto secreto, oposição aberto;
- Após umas sessão conturbada, o Presidente do Parlamento estava eleito: Kenneth Marende, do principal partido da oposição. Primeiro ato do mais novo presidente do Parlamento: convocação da população para 3 dias de protestos contra a eleição de Kibaki. Resultado? Mortes. Muitas mortes.
Até hoje, meus amigos leitores, essas matanças não acabaram. Nesses dias mesmo, morreram mais de 80 pessoas.
Ainda bem que no Brasil as coisas não funcionam assim há muito tempo, não é? Bem, não há tanto tempo assim. Lembram da morte misteriosa do Jango? Alguma verdades estão começando a aparecer. Mas por enquanto não passam de boatos.
O que não podemos é ver esses acontecimentos como fatos isolados e longe de nós. Deve servir para se refletir sobre a real importancia do poder, da democracia, do povo, da liberdade de expressão, da justiça e da paz.